Indicadores avançados divulgados esta quinta-feira para as principais economias europeias fazem com que “não esteja à vista o fim da retoma na Europa”, diz um economista do Commerzbank em comentário aos dados. Em causa estão os índices de gestores de compras (mais conhecidos pela sigla PMI), um conjunto de dados que é seguido de perto pelos investidores para antecipar tendências na economia europeia. Tanto os indicadores para o setor dos serviços como para a indústria subiram mais do que o previsto pelos economistas nos últimos dias.

O índice PMI elaborado pela Markit para os serviços deu um salto em novembro, para 56,2 pontos (contra os 55 pontos do mês anterior) – apenas duas décimas abaixo dos máximos atingidos no mês de abril. Na indústria, o valor também subiu, de 58,5 pontos para 60 pontos), um máximo desde abril de 2000. Um indicador acima de 50 pontos indica uma expansão do setor, ao passo que um número abaixo dessa fasquia sinaliza uma contração.

“Na zona euro, um fim para o crescimento robusto não está à vista, no curto prazo”, escreve Christopher Weil, economista do Commerzbank, em nota enviada aos investidores em reação aos números dos PMI. “A retoma progride a todo o vapor” é o título da nota de análise.

Fonte: Commerzbank (linha amarela=indústria; linha negra=serviços)

“Os dados divulgados hoje mostram que a política extraordinariamente expansionista do BCE está a ter um efeito cada vez mais visível nas economias, e o ambiente externo também é favorável”, escreve o economista alemão. Os dados analisam informação vinda das maiores economias europeias, um grupo onde não se inclui Portugal mas, sim, Espanha.

“O BCE ficará satisfeito” ao ver estes dados, já que a expansão da economia vai permitir-lhe defender que a redução inevitável dos estímulos em 2018 tem uma forte justificação fundamental. Christopher Weil acrescenta que, com este crescimento, a taxa de inflação vai acelerar — como é objetivo do BCE, até a um nível perto de 2% — “mais tarde ou mais cedo”.

Tanto o indicador para os serviços como para a indústria bateram as expectativas dos economistas consultados pela Reuters. Esse facto “solidifica a nossa opinião de que a economia está numa condição muito saudável”, comenta Britta Weidenbach, responsável pela estratégia em ações europeias do Deutsche Asset Management.

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