Portugal tem de melhorar a medicina dentária, a saúde mental e os cuidados paliativos e atender à “escassez de médicos de família”, recomendou a Comissão Europeia no ‘diagnóstico’ feito à saúde.

“Apesar do sucesso inicial das medidas aplicadas em termos de redução de custos e de aumento da eficiência, subsistem vários desafios, nomeadamente a aplicação de medidas eficazes de garantia da sustentabilidade financeira, acompanhada da melhoria das áreas de prestação deficitárias, como os cuidados de medicina dentária, a saúde mental e os cuidados paliativos”, lê-se nas conclusões da avaliação a Portugal.

Portugal tem uma taxa de vacinação elevada e uma das mais baixas taxas padronizadas por idade e por sexo por 100.000 habitantes de internamentos evitáveis devido a asma, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e insuficiência cardíaca congestiva — cerca de 300, estando a média da União Europeia acima dos 600.

Nos últimos dez anos, sustentou o perfil da saúde em Portugal, “houve várias tentativas para melhorar a integração dos cuidados de saúde primários. Porém, verifica-se uma escassez de médicos de família, situação que poderá agravar-se no futuro com a aposentação dos médicos de família atualmente em funções. A motivação e a retenção dos profissionais de saúde, em especial dos enfermeiros, representam um importante desafio”.

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Bruxelas concluiu ainda que “o Serviço Nacional de Saúde cobre toda a população com a prestação de todos os cuidados exceto os de medicina dentária, mas, devido às disparidades geográficas, existem desigualdades no acesso aos cuidados de saúde”.

O ‘diagnóstico’ apontou também que, apesar de “menos de metade dos cidadãos portugueses” dizerem gozar de boa saúde, “a esperança de vida à nascença aumentou mais de quatro anos desde 2000 e é superior à média da UE”.

Em Portugal, as taxas de mortalidade relativas às causas de morte mais comuns (doenças cardiovasculares e certos tipos de cancro) têm vindo a diminuir, enquanto aumentaram o número de mortes por diabetes.

“Também as taxas de tabagismo e de consumo esporádico excessivo de álcool estão muito abaixo das médias da UE, mas o crescimento das taxas de obesidade e de inatividade física constitui um dos principais desafios para a saúde da população”, notou ainda a Comissão Europeia.