A polícia federal brasileira deteve hoje o ex-chefe da Casa Civil do Rio de Janeiro Régis Fichtner, acusado pelo Ministério Público Federal de receber 1,5 milhões de reais (391,6 mil euros) de suborno.

De acordo com o jornal O Globo, Régis Fichtner era um dos “homens fortes” do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, preso em novembro do ano passado pela operação Lava Jato, que investiga um grande esquema de corrupção no Brasil.

A operação policial de hoje, que prendeu também o empresário Georges Sadala e outras pessoas e foi batizada como ‘C’est Fini’ (que em francês significa “é o fim”), é um desdobramento das investigações da Operação Calicute, que levou à detenção de Sérgio Cabral.

O nome da operação seria uma alusão ao fim da “Farra dos Guardanapos”, como ficou conhecido um jantar em Paris, no qual participaram ex-secretários do Estado do Rio de Janeiro, empresários e o ex-governador Sérgio Cabral. Em fotos tiradas durante o jantar, os convidados usavam guardanapos na cabeça.

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Fichtner aparece em anotações feitas por Luiz Carlos Bezerra (um dos delatores na Operação Lava Jato), que indicavam as finanças da organização criminosa que seria liderada por Sérgio Cabral. As anotações foram apreendidas durante a Operação Calicute.

Régis Fichtner já acompanhava o ex-governador há muito tempo, desde que Cabral era presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, e foi seu suplente no Senado.

Segundo o Ministério Público, o ex-chefe da Casa Civil recebia os subornos no seu escritório de advocacia e também no Palácio da Guanabara, sede do governo estadual.

A prisão de Fichtner foi autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

Os agentes da polícia federal chegaram ao endereço de Fichtner, num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, zona sul da cidade, por volta das 06:00 locais (08:00 em Lisboa).