Pelo menos 270 pessoas morreram e 90 ficaram feridas esta sexta-feira num atentado à bomba e com armas de fogo numa mesquita no Sinai do Norte, no Egito. A BBC diz que “alegados radicais” colocaram explosivos artesanais à volta da mesquita e abriram fogo sobre os fiéis.

O anúncio do número de mortos foi feito por Nasrala Mohamed, presidente da câmara de Bir-al-Abdm, localidade onde ocorreu o atentado, em declarações à televisão estatal egípcia. O anterior balanço de 235 mortos e 130 feridos tinha sido avançado pelo Ministério Público e pelos media estatais.

A Associated Press acrescenta que vários homens saíram de quatro veículos e dispararam indiscriminadamente. O Independent cita a imprensa local e diz que aqueles que sobreviveram à bomba que explodiu na mesquita Al Rawdah em Bir al-Abed, perto da cidade de Arish, foram mortos a tiro enquanto tentavam fugir.

As forças de segurança egípcias têm sido confrontadas com uma insurgência do Estado Islâmico no Sinai do Norte, onde radicais têm assassinado centenas de polícias e soldados desde que o conflito se intensificou nos últimos três anos. Os extremistas têm tido as forças de segurança como principal alvo mas nos últimos meses estenderam a sua área de ação para as igrejas cristãs e os peregrinos egípcios. O ataque, porém, ainda não foi reivindicado.

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O governo do Egito já declarou três dias de luto nacional no seguimento do atentado. O presidente egípcio, Abdelfatah al Sisi, afirmou que o país vai responder com “força bruta” aos ataques.

Numa declaração televisiva após reunião de emergência, al Sisi prometeu que as forças armadas vão “vingar os mártires” e “restaurar a segurança”, escreve a imprensa local. O presidente considerou os ataques uma “tentativa de impedir os esforços na luta contra o terror e de quebrar a determinação e unidade” dos egípcios. “A dor sentida pelo povo egípcio não será em vão”, assegurou.

Imagens do interior da mesquita, onde é possível ver corpos ensanguentados no chão do templo, já estão a ser partilhadas nas redes sociais.

António Guterres e Conselho de Segurança da ONU condenam ataque

São várias as reações de personalidades e líderes mundiais ao atentado em Sinai. António Guterres e o Conselho de Segurança da ONU condenaram o ataque “nos mais duros termos” e exigiram o julgamento dos responsáveis. Em comunicado, o Conselho classificou o atentado como um “ataque terrorista cobarde e hediondo” e reiterou que todos os atos de terrorismo “são criminosos e injustificados, independentemente da sua motivação”. António Guterres classificou o ataque como “horrífico”.

Os membros do Conselho de Segurança, entre os quais o Egito, que cumpre um mandato de dois anos, “reafirmaram que o terrorismo em todas as suas formas e manifestações constitui uma das ameaças mais sérias à paz e segurança internacional”.

Donald Trump descreveu o ataque como “horrível e covarde” e afirmou que o terrorismo deve ser derrotado “militarmente”. O presidente dos Estados Unidos disse que ia ligar a Abdelfatah al Sisi para discutir o atentado e reiterou a necessidade de construir “‘o Muro'”.

Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, entre outros, também reagiram ao atentado.

Artigo atualizado às 10h37 de 25/11