Francisco Louçã deixou duras críticas à transferência do Infarmed para o Porto. Ouvido na TSF, o ex-líder do Bloco de Esquerda considera que todo este caso “foi muito estranho” e acusa o Ministério da Saúde de fazer uma gestão da sua área de intervenção como “uma forma de jogo político”.

A mudança de Lisboa para o Porto “aparece como uma compensação a Rui Moreira, explicitamente declarada pelo primeiro-ministro, para a eventualidade de não ser aprovada a Agência Europeia do Medicamento para o Porto, coisa que aliás era bastante provável – a candidatura de Portugal era muito fraca”, disse Louçã, esta sexta-feira de manhã, à TSF. É uma consequência da “estratégia bairrista” do autarca do Porto.

Apontando o setor da saúde como um das áreas em que a intervenção do Governo é mais preocupante, Louçã diz que a decisão de relocalizar a autoridade nacional do medicamento para o Porto deve ser alvo de reflexão “porque diz respeito à forma como o Ministério da Saúde tem atuado com despreocupação, com improviso, a correr atrás dos acontecimentos ou, pior ainda, a utilizar os seus meios de decisão como uma forma de jogo político, neste caso em relação a um presidente de Câmara que elevou o seu patamar reivindicativo, dentro de uma estratégia bairrista muito afirmativa”.

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O Governo já garantiu que o Governo estará atento às reivindicações dos trabalhadores do Infarmed. À Antena 1, numa entrevista que só será emitida no sábado, o primeiro-ministro disse, ainda assim, que a decisão já tinha sido tomada durante o processo de candidatura da cidade do Porto como destino para a Agência Europeia do Medicamento.

Louçã prossegue nas críticas e aponta as medidas “discriminatórias, ocasionais e de jogo imediato” que considera que têm vindo a ser tomadas pelo Ministério da Saúde.

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