“Era uma pessoa com um grande apego à vida”. Assim é relembrado Pedro Rolo Duarte, — que morreu esta sexta-feira de cancro — pelo jornalista Miguel Esteves Cardoso, com quem trabalhou em vários projetos e de quem era grande amigo.

Se não gostasse de uma ideia, não havia maneira. Não só não a concretizava, destruía-a”, contou Miguel Esteves Cardoso ao Observador.

“Ele era sim ou sopas”, recorda Miguel Esteves Cardoso. O jornalista diz que “nunca se sabia, quando se ia ter com o Pedro, o que ia sair dali”. Mas se a ideia agradava a Pedro Rolo Duarte, era “incansável” e dedicava-se para a concretizar. “Era um entusiasta”, acrescenta ainda. O mesmo com as pessoas: se Pedro Rolo Duarte “embirrasse com alguém, sem razão nenhuma, não havia hipótese”. Mas a par disso, Miguel Esteves Cardoso lembra-se também de Pedro pelo seu “amor pelas pessoas”.

Miguel Esteves Cardoso recorda ainda as viagens que fazia com Pedro Rolo Duarte até à Zambujeira do Mar — que demoravam muito mais do que as cerca de 2h30 que era suposto demorarem. Iam parando pelo caminho “aqui e ali”. “Saímos de Lisboa ao meio-dia, só chegávamos lá para as 4h00 e tal da manhã”, conta.

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Pedro Rolo Duarte e Miguel Esteves Cardoso conheceram-se no jornal Se7e, onde Pedro era diretor-adjunto. Esta terça-feira, quando Pedro Rolo Duarte tinha piorado, Miguel Esteves Cardoso escreveu, no Público, uma homenagem ao seu amigo e antigo colega de redação. Tinha como título “Pedro Rolo Duarte!”.

Isso não vai acontecer, pois não? Fica-te com estas, quentes e boas, ao contrário das castanhas geladas e más que não interessam a ninguém. Considera-te surpreendido, velho amigo. Foste apanhado. Diz qualquer coisa, sacana”, escreveu o colunista do jornal Público.

Horas depois da morte de Pedro Rolo Duarte, Miguel Esteves Cardoso tornou a escrever sobre o amigo. “Fizeste-me tão feliz, Pedro, tantas vezes. A tua felicidade — amar a família, as pessoas, as coisas, os jornais, as músicas, as discordâncias, os amigos — sobrava para a nossa”, escreveu o colunista do Público, num texto com o título “Pedro para sempre”.