A adesão à greve dos profissionais de saúde, que decorreu na sexta-feira, rondou os 80%, com os sindicatos a exigirem que o Governo avance para negociações para resolver os problemas no setor. “Em relação aos números posso dizer que são variáveis de serviço para serviço. Estava em causa a adesão à greve em cerca de 13 hospitais EPE, que são o grosso da coluna dos trabalhadores em greve, abrangia ainda a administração direta e indireta do Estado em relação à Saúde, abrangia institutos e centros de saúde“, disseà Lusa José Abraão, secretário-geral da Federação Sindical da Administração Pública (FESAP).

O sindicalista explicou que, a nível geral, a adesão à greve terá rondado os 80%, com centros de saúde encerrados, consultas e cirurgias que não se realizaram. “A greve traduziu a nossa expectativa, de os trabalhadores mostrarem a sua insatisfação e revolta por o Governo só se ter preocupado com médicos e enfermeiros”, salientou.

A greve foi convocada pelas estruturas da UGT (FESAP) e da CGTP-IN (Frente Comum) e entre as motivações deste protesto está a falta de acordo coletivo de trabalho para 40 mil profissionais de saúde com contratos individuais de trabalho, mas que não beneficiam do descongelamento das carreiras, nem têm horário semanal de 35 hora, sobretudo dos hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais). “40 mil trabalhadores do contrato individual de trabalho ainda fazem 40 horas de trabalho semanal, não têm carreira e não sofrem qualquer descongelamento”, defendeu.

O secretário-geral da FESAP lembrou que na sexta-feira foi possível pôr fim à greve dos técnicos de diagnósticos e terapêutica, num processo que “nos próximos 45 dias poderá ser encerrado”, e espera que esse seja um sinal. “O Governo sinalizou, com o compromisso aos técnicos de diagnósticos e terapêutica, a vontade em negociar e encontrar soluções para os problemas. Esperamos nos próximos dias ser convocados pelo governo, porque com esta greve o que exigimos foi negociação”, frisou.

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