Vinte anos depois, Iker Casillas voltou a ficar no banco. Mas, desta vez, num contexto completamente diferente. E foi o próprio que recordou o dia em que teve uma das histórias mais caricatas da sua longa carreira.

O espanhol tinha então 16 anos e jogava nos escalões de formação do Real Madrid. Nesse dia, a 25 de novembro de 1997, estava no colégio, numa aula de desenho. De repente, chamaram o seu nome. E o próprio achava que ia levar um castigo por alguma coisa que tinha feito; pelo contrário, acabou por ter a maior prenda da vida: foi convocado de emergência para seguir viagem com o plantel principal para um jogo da Champions.

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O alemão Bodo Ilgner estava lesionado e o espanhol Santiago Cañizares tinha sido combalido do treino após um choque violento com um companheiro de equipa. Jupp Heynckes, então treinador dos merengues, não quis arriscar e, além de Contreras, chamou também o jovem Iker, que seguiu viagem para a Noruega sem passar pela casa de partida. Ficou no banco com o Rosenborg, só faria mesmo a estreia nas competições europeias dois anos depois, mas não mais se esqueceu o dia em que pela primeira vez fez parte da ficha de um jogos dos seniores.

Recordo este dia como se fosse ontem, mas na verdade já passaram vinte anos… Estávamos na aula de desenho, que era bastante descontraída. Fazíamos o que a professora Mercedes pedia, mas mesmo assim podíamos falar. Estava eu à conversa com o meu colega Julito quando de repente batem à porta e entram: ‘Iker!'”, escreveu no Twitter.

O resto é história. O guarda-redes esteve 25 anos no Real Madrid, 16 na primeira equipa, entre 1999 e 2015. Nesse lapso de tempo, ganhou como sénior cinco Ligas, três Taças, quatro Supertaças, três Ligas dos Campeões, duas Supertaças Europeias, um Mundial de Clubes e uma Taça Intercontinental, além de ter sido campeão mundial e bicampeão europeu ao serviço da Espanha. No Porto, ainda procura o seu primeiro título.

A título de curiosidade, fomos ver os restantes jogadores portistas que estavam na lista do jogo com o Desp. Aves e, à exceção de Maxi Pereira (que estava no Defensor, do Uruguai, com 13 anos) e Marcano (fazia a primeira temporada nas escolas do Racing Santander), todos tinham oito ou menos anos. José Sá, por exemplo, o internacional Sub-21 que ganhou a baliza na presente temporada ao espanhol, tinha apenas quatro.

Já Sérgio Conceição, o atual treinador dos dragões, era jogador do FC Porto após passagens a título de empréstimo por Penafiel, Leça e Felgueiras e preparava um encontro da Champions nas Antas frente ao Olympiakos (assim, na altura ainda com “k” e não “c”) que se iria realizar dois dias depois. O então extremo foi titular, saiu aos 71′ para a entrada de Rui Barros, mas o herói da vitória por 2-1 foi o do costume: Jardel, com um bis.