A ala crítica da atual direção do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), na oposição, diz que o partido não está unido para os desafios de 2018 e defende a realização de um congresso.

“O MLSTP vive uma crise profunda nas estruturas, crise de liderança, de funcionamento e urge a participação de todos os militantes e dirigentes do partido na sua resolução”, disse este domingo o porta-voz do grupo de revitalização, António Quintas, em declarações aos jornalistas, um dia após a conferência nacional do principal partido da oposição.

A ala contestaria da direção do partido considera que a atual liderança “precisa de um banho de legitimidade e esse banho só pode ser dado através de um processo de congresso, devolvendo a palavra aos militantes” e o seu porta-voz indicou como limite o mês de fevereiro ou março “para tudo isso ser resolvido”.

“Queremos uma direção do MLSTP capaz de se apresentar à sociedade civil com opções claras para que o público, para que os eleitores entendam que o partido tem novos projetos, tem novas ideias e que possam galvanizar votos”, explicou António Quitas, antigo embaixador de São Tomé e Príncipe em Taiwan.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O grupo que contesta a liderança de Aurélio Martins criticou também a forma como foi organizada a conferência nacional e lamenta a ausência no evento de “quadros importantes do partido”.

“Queremos acreditar que todos somos do MLSTP, não existem dois MLSTP, o que existe são opiniões diferentes e ainda bem”, explicou, sublinhando que o movimento “está a passar por um período de recondução, de crítica, normal a que qualquer organização aberta tem que passar, no sentido de encontrar melhores caminhos”.

“A direção do MLSTP tem que utilizar os métodos convencionais da política para poder transformar o MLSTP num partido de mobilização”, critica António Quintas insistindo na realização do congresso.

Considera que desse congresso “pode emergir uma liderança mais preocupada com a vida interna” dos sociais democrata, “que possa dar confiança aos militantes e possa, de fato, contribuir para ganharmos o futuro”.

A decisão de realizar o congresso foi remetida pela conferência nacional para o conselho nacional, mas o grupo de revitalização deseja que “seja um conselho nacional onde os membros possam agir em consciência, fora de qualquer pressão, e sem qualquer estímulo monetário” aos seus membros.

António Quintas garantiu também que existem “mãos externas identificadas que tentam desviar o partido do seu caminho”.

“O MLSTP tem que saber encontrar as decisões certas de acordo com os seus princípios, de acordo com aquilo que defende”, explicou, sublinhando que o seu grupo esperava “uma atitude mais colaborativa” do presidente do MLSTP-PSD, Aurélio Martins.

O grupo de revitalização do MLSTP-PSD integra praticamente todas as figuras do partido que já foram governo, entre os quais os antigos primeiros-ministros e presidente do parlamento, Guilherme Pósser da Costa, Rafael Branco e Alcino Pinto.