No final do Verão, em Setembro, a Austrália foi varrida por tempestades que danificaram gravemente a rede de distribuição de energia num dos seus estados mais a Sul, o que deixou mais de 1,7 milhões de pessoas na escuridão. Decidido a não incorrer de novo nesse risco, o governo do Sul da Austrália, bastante virado para a energia renovável, procurou uma solução sustentável para garantir que o apagão não se voltava a verificar, tendo para tal sondado o mercado em busca de um acumulador para estar associado à rede, com uma capacidade de 100 MW de energia e um custo de 50 milhões de dólares.

Para se ter uma ideia da dimensão deste acumulador, a Central Solar Fotovoltaica da Amareleja tinha uma capacidade instalada de 46,41 MW quando foi construída em 2008 e era a maior do mundo graças aos seus 262.080 painéis. Os australianos realizaram um concurso público internacional e, entre os vários fornecedores, venceu a Tesla.

O prazo de entrega para a colossal bateria era de apenas 100 dias, muito “curto” para alguns especialistas. Mas não para Musk que, de tão confiante, fez uma aposta: ou produzia a bateria em 100 dias ou, caso se atrasasse, pagava-a do seu próprio bolso. Nada menos do que 50 milhões. E o prazo para o descomunal acumulador entrar em funcionamento termina a 1 de Dezembro, ou seja, os australianos têm agora cerca de uma semana para testar o sistema que vai garantir electricidade a 30.000 famílias e ligá-lo à rede no dia previsto.

Esta não é a primeira bateria do género que a Tesla constrói, pois forneceu igualmente os acumuladores a Porto Rico, para resolver a falta de energia eléctrica depois da destruição provocada pelo furacão Maria, a tempestade de nível 4 que devastou 85% da ilha.

A companhia americana fabricou também, para a Califórnia, uma bateria de 80 MW, que necessitou de 90 dias para ser produzida. Isto prova que, afinal, a aposta de Musk foi mais arriscada do que parecia, pois se precisou de 90 dias para produzir um acumulador de 80 MW, não era evidente que conseguisse fabricar uma bateria de 100 MW em 100 dias. E perder 50 milhões de dólares não iria fazer muito bem às finanças do CEO da Tesla.

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