As negociações entre o Reino Unido e a União Europeia sobre a futura relação entre os dois blocos depois do Brexit não vão avançar até que a questão da fronteira com a Irlanda do Norte seja resolvida, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, que garante ter o apoio dos restantes Estados-membros da União Europeia para que assim seja.

A questão é delicada e a solução pouco evidente. Mas a Irlanda não está disposta a ceder. Dublin não quer uma fronteira reforçada com a Irlanda do Norte e acredita que a única forma de isso ser alcançado é mantendo o Reino Unido na União Europeia ou como membro do mercado único, num negócio semelhante ao da Noruega.

Por outro lado, como o Reino Unido vai sair da União Europeia, terá de ser criado algum tipo de controlo alfandegário. A Irlanda já ameaçou com um veto ao acordo e diz que não vai permitir que as negociações – que já estão atrasadas – não prossigam sem um acordo nesta frente. No entanto, a Irlanda não está sozinha.

O ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês, Simon Coveney, numa entrevista à irlandesa RTE, garantiu que tem o apoio dos restantes Estados-membros. Por isso, sem progressos nesta vertente, as negociações sobre a futura relação comercial entre o Reino Unido e a União Europeia já não vão começar em dezembro (no calendário inicial já devia terem começado).

Do lado britânico, a posição está no extremo oposto. De acordo com o secretário de Estado para o Comércio Internacional, Liam Fox, a decisão final relativa à fronteira com a Irlanda do Norte só poderá ser tomada depois de alcançado um acordo comercial com a União Europeia.

“Não queremos criar uma fronteira reforçada, mas o Reino Unido vai sair da união alfandegária e do mercado único”, disse o governante britânico, em entrevista à Sky News.

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