A Volkswagen continua com a sua revolução eléctrica e se já se prepara para lançar a partir de 2019 uma série de modelos 100% eléctricos, a começar pelo I.D., a realidade é que vai também continuar a fabricar veículos com motores de combustão. Isto apesar de estes estarem obrigados a emitir cada menos CO2 para atmosfera, o que só é possível com a diminuição do consumo, pois cada vez que se queima um grama de combustível derivado do petróleo, automaticamente liberta-se uma percentagem de carbono para a atmosfera.

Há cada vez mais condutores que trocam os motores diesel pelos gasolina e, como já se sabe que os segundos consomem mais do que os primeiros, em termos absolutos, a troca do gasóleo pela gasolina, se por um lado reduziu as emissões de NOx, aumentou por outro as emissões de CO2. Para baixar a quantidade de carbono que se lança para a atmosfera, só resta recorrer a soluções híbridas, que ajudem os motores a gasolina a poluir menos.

Estas motorizações híbridas podem ser Mild, ou ligeiras, com motores eléctricos pouco potentes, aliados a baterias de pequena capacidade, só a ajudar nos arranques e reacelerações. Há ainda os híbridos ditos normais, caso os motores eléctricos e respectivas baterias sejam um pouco maiores, permitindo em alguns casos percorrer 2 a 5 quilómetros em modo eléctrico. Mas é a terceira alternativa das soluções híbridas a mais versátil e interessante – e também dispendiosa –, a plug-in, com motores e baterias ainda maiores (estas capazes de serem recarregadas uma vez ligadas à tomada), de modo a cumprir cerca de 50 km em modo eléctrico.

Dois híbridos melhor do que um

Para o fabricante alemão – e quando se fala da Volkswagen, fala-se necessariamente de todas as marcas do grupo – todas as soluções híbridas são válidas, mas parece mais avançado o Mild Hybrid (ou MHEV, de Mild Hybrid Electric Vehicle), associado ao novo motor 1.5 TSI de 150 cv.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Há muito que se suspeitava que estivesse em desenvolvimento uma versão híbrida do Golf BlueMotion a gasolina, mas a Volkswagen veio agora esclarecer todas as dúvidas ao conceder, à revista Autocar, a possibilidade de conduzir o Golf 1.5 TSI MHEV. Ao motor a gasolina, este protótipo do Golf associa uma unidade eléctrica com apenas 8 cv, mas a trabalhar integrado num sistema a 48V, o que permite quatro vezes mais “força” do que os convencionais sistemas a 12V. É esta mesma unidade eléctrica que depois recarrega a bateria, sempre que se desacelera ou trava. A vantagem em termos de consumo não deve ser enorme, mas deverá oscilar em torno de 0,5 litros por cada 100 km, com a vantagem do preço não ser muito superior aos das versões não híbridas.

A marca alemã está igualmente a trabalhar numa versão que denomina MHEV Plus, ou seja, um híbrido convencional. Neste caso, o motor eléctrico vê a sua potência subir para 35 cv, ainda e sempre alimentado por um circuito de 48V. A unidade eléctrica está associada ao motor de combustão, como acontece na versão com 8 cv, pelo que o Golf continua a ter exclusivamente tracção às rodas da frente, mas sempre com mais força, sobretudo a baixo regime. As vantagens do MHEV Plus são maiores em matéria de consumo e em matéria de resposta ao acelerador, mas o preço sobe à medida que o consumo desce, pelo que é tudo uma questão de equilíbrio entre o valor de aquisição e o custo por quilómetro oferecido.

De recordar que a Volkswagen já possui há muito uma versão plug-in na gama Golf e Passat, os conhecidos GTE, que contudo têm uma orientação mais desportiva, ao invés de estarem virados exclusivamente para a economia. Ainda assim, permitem cumprir várias dezenas de quilómetros em modo eléctrico, ideal para quem percorre até 50 km diariamente, conseguindo nestas condições vantagens consideráveis.