Um barco de madeira com restos esqueléticos de oito pessoas que se crê ser norte-coreano deu à costa da praia de Miyazawa, no noroeste da principal ilha do Japão. O aparecimento de barcos sem tripulação ou com corpos, aos quais os japoneses deram o nome de ‘barcos fantasma’, é regular naquela parte do país.

A embarcação deu à costa esta segunda-feira, tem cerca de sete metros de comprimento e não tinha qualquer tipo de instrumento de navegação ou lâminas de rotor. O aparecimento deste ‘barco fantasma’ numa praia japonesa é o quarto do género este mês e acontece dias depois de uma embarcação com oito tripulantes vivos ter dado à costa, na passada quinta-feira.

Os tripulantes alegaram ser pescadores norte-coreanos e disseram ter passado por dificuldades em alto mar, acabando por ser levados até à costa do Japão. De momento encontram-se sob custódia das autoridades japonesas e, segundo meios de comunicação japoneses, demonstraram vontade de regressar à Coreia do Norte.

No passado dia 15 de novembro, três norte-coreanos a bordo de uma pequena embarcação de madeira foram resgatados pela guarda costeira japonesa perto da península de Noto. Dentro do mesmo barco foram encontrados três cadáveres. Os sobreviventes foram enviados de volta para a Coreia do Norte.

Apenas dois dias depois, a 17 de novembro, as autoridades japonesas encontraram quatro corpos numa embarcação que deu à costa na mesma área.

Acredita-se que o fenómeno dos ‘barcos fantasma’ no Japão deriva de tentativas norte-coreanas de combater a fome no país através da pesca. Para que consigam cumprir as quotas de pesca, a Coreia do Norte obriga os pescadores a pescar em embarcações velhas e sem condições para navegar em alto mar, nomeadamente a ausência de equipamento de comunicação ou emergência que permita pedir auxílio em situações mais complicadas. Também se levanta a possibilidade de alguns destes ‘barcos fantasma’ pertencerem a norte-coreanos que tentaram escapar do país.

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