O Conselho de Direitos Humanos da ONU anunciou esta terça-feira que agendou para 5 de dezembro uma “sessão extraordinária” dedicada à situação da etnia rohingya no estado de Rakhine, em Myanmar, respondendo a um pedido do Bangladesh e da Arábia Saudita.

Composto por 47 estados membros, o Conselho de Direitos Humanos da ONU não se reúne frequentemente em sessão extraordinária e, desde a criação do órgão das Nações Unidas, em 2006, ocorreram apenas 26 reuniões especiais.

Para que o Conselho de Direitos Humanos da ONU reúna extraordinariamente é necessário que o pedido seja subscrito pelo menos por um terço dos países membros, ou seja, 16.

O pedido de realização de sessão especial relativa à “situação dos direitos humanos dos muçulmanos rohingyas e de outras minorias no estado de Rakhine”, em Myanmar, foi apresentado esta terça-feira pelo Bangladesh, país com fronteira terrestre com aquele país, e pela Arábia Saudita.

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A petição contou com o apoio de mais 73 países, explicou o porta-voz do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Rolando Gomez, numa mensagem.

Destes 73 estados, 33 são membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU, como a Bélgica, a Alemanha, o Japão, a Tunísia, o Reino Unido e os Estados Unidos.

A 20 de novembro, 35 organizações não-governamentais, entre as quais a Amnistia Internacional e a Federação internacional das ligas dos direitos do homem apelaram à comunidade internacional para organizar uma reunião de urgência no Conselho de Direitos Humanos da ONU com a crise dos rohingyas em Myanmar em agenda.

Dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), divulgadas esta terça-feira, cerca de 836 mil muçulmanos rohingyas vivem em condições insalubres nos acampamentos de tendas no sul do Bangladesh.

De entre aquele universo, cerca de 624 mil fugiram de Rakhine, onde a polícia e militares de Myanmar intervieram.

A ONU considera esta crise como “um caso clássico de purificação étnica”.