O que acabava em prostituição, começava no Facebook. As vítimas — entre elas, mulheres e crianças — eram recrutadas através da rede social. Eram drogadas com uma quantidade diária de droga como forma de serem mantidas sob controlo. Antes de serem vendidas online a clientes que procuravam sexo, as vítimas eram obrigadas a ter relações sexuais com o responsável da rede de tráfico.

Nem sei por onde começar para explicar o que é que ele fez à minha vida”, disse Breahannah Leary, uma das vítimas, durante o julgamento.

Brock Franklin, de 31 anos, era o cabecilha da rede de tráfico. Franklin foi uma das sete pessoas indiciadas no início do ano passado, pelo tribunal do estado norte-americano do Colorado, suspeitas de estarem envolvidas numa rede de tráfico sexual de crianças, noticiou o canal te televisão FOX 31 Denver, na altura.

Brock Franklin, de 31 anos, condenado a 472 anos de prisão (Foto: FOX 31 Denver).

Na passada terça-feira, Franklin foi condenado a 472 anos de prisão — a maior pena por tráfico sexual alguma vez aplicada na história dos Estados Unidos — pelo condado de Arapahoe, no Colorado, por ter cometido 30 crimes, incluindo tráfico de menores, tráfico de adultos, exploração sexual infantil, prostituição e sequestro, noticiou o canal de televisão FOX 31 Denver. A defesa pediu uma pena de 96 anos de prisão, mas as vítimas e a acusação pediram mais e o resultado foi 472 anos de prisão.

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Os crimes aconteciam em hotéis perto do metro, em Colorado. Três crianças e cinco mulheres falaram em tribunal e colaboraram com a acusação mas as autoridades acreditam que existem muitas mais mulheres vítimas da rede de tráfico de tráfico encabeçada por Brock Franklin.

Breahannah Leary, uma das vítimas (Foto: FOX 31 Denver).

“Merece cada minuto dentro dessas paredes”, disse Leary. A sentença de quase meio século funciona como uma “mensagem forte” para mostrar que “este tipo de violência contra mulheres e pessoas vulneráveis” não é tolerada, disse Janet Drake,da procuradoria-geral do Colorado.

Brock Franklin entrou no tribunal calmo e assim se manteve enquanto o juiz lia a sua pena. “Dar o meu testemunho, falar e dizer como me sinto verdadeiramente, ele [Brock Franklin] ter de ouvir, sentar-se ali e ouvir, ouvir-me a mim. Isso trouxe-me tanta alegria e é por isso que eu vim hoje”, disse Leary.