Os produtores agrícolas portugueses são os mais velhos da União Europeia (UE) e na sua grande maioria (71,4%) apenas concluiu o ensino básico, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.

De acordo com o Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas, a média de idades dos produtores agrícolas portugueses aumentou, passou dos 63 anos em 2009 para os 65 anos em 2016, sendo maioritariamente constituída por homens (66,2%). Os dirigentes das explorações com mais de 65 anos geriam, aliás, em 2016 mais de metade das explorações, quando a média da UE era 31,1% em 2013.

Segundo os dados disponibilizados, a grande maioria dos produtores agrícolas apenas concluiu o ensino básico (71,4%) e somente 5,8% eram titulares de habilitações ao nível do ensino superior.

Regionalmente, os produtores algarvios destacam-se como os mais velhos (com uma média de idades de 69 anos) e os açorianos como os mais novos (57 anos), sinaliza o INE, destacando, pela positiva, o aumento da dimensão das explorações agrícolas e melhoria da produtividade e a eficiência da mão de obra.

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De acordo com os dados, de 2013 para 2016 a estrutura das explorações agrícolas alterou-se “significativamente”: a dimensão média das explorações agrícolas aumentou 0,3 hectares de Superfície Agrícola Utilizada (SAU) para 14,1 hectares (2,1%) e a Dimensão Económica por exploração (DE) cresceu 2,8 mil euros de Valor de Produção Padrão Total (VPPT) para 19,9 mil euros (16,5%).

O número de sociedades agrícolas aumentou 1,4 mil para 11,4 mil (14,3%) e os indicadores laborais relacionados com a produtividade e a eficiência do trabalho melhoraram.

No entanto, e apesar da evolução positiva da agricultura nacional, a produtividade média da mão de obra agrícola foi de 16,2 mil euros de VPPT por Unidade de Trabalho Ano (UTA) em 2016, menos de metade do valor na UE em 2013. De igual modo, a eficiência da mão de obra agrícola, expressa na SAU por UTA, foi inferior à média europeia (-37,7%), refere.