Jorge Lacão falhou pela segunda vez a eleição para a Conselho Superior de Segurança Interna, mesmo depois de o líder parlamentar do PSD ter lembrado os deputados sociais-democratas que a eleição do deputado socialista era subscrita pelo Grupo Parlamentar. “Se estas eleições voltarem a falhar é uma imagem altamente negativa que estamos a transmitir do Parlamento e de todos os Deputados”, escreveu Hugo Soares aos deputados do PSD num email a que o Observador teve acesso, mas nem assim aconteceu.

Foi a segunda vez que Jorge Lacão foi a votos para se tornar no representante do Parlamento no Conselho Superior de Segurança Interna, um órgão de consulta nas matérias de segurança, do qual fazem parte vários ministros, os chefes das secretas, das polícias e do Exército. E foi a segunda vez que o nome de Jorge Lacão foi chumbado.

O deputado socialista não conseguiu os dois terços de votos necessários para ser eleito, pela segunda vez, mesmo fazendo parte da proposta subscrita pelo maior partido da oposição, o PSD, e do lembrete do seu líder parlamentar para que os deputados fossem votar e escolhessem Jorge Lacão, como estava combinado.

“Como tive oportunidade de dizer na última reunião do Grupo Parlamentar as audições dos candidatos a eleger demonstraram, sem margem para dúvidas, as suas aptidões para o exercício das funções a que se propõem; isto além do percurso curricular de cada um. (…) Lembro ainda que a candidatura do deputado Jorge Lacão ao Conselho Superior de Segurança Interna é subscrita pelo nosso Grupo Parlamentar razão pela qual deverá também merecer o nosso voto”, afirmou Hugo Soares, no mesmo email.

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Hugo Soares foi mais longe e advertiu os seus deputados para a imagem que passaria do Parlamento se voltassem a falhar esta eleição.

Julgo que representarei o sentimento coletivo se vos transmitir que se estas eleições voltarem a falhar é uma imagem altamente negativa que estamos a transmitir do Parlamento e de todos os Deputados. Faremos, por isso, a nossa parte também em nome do prestígio da instituição parlamentar”.

Nem assim Lacão foi eleito. As restantes eleições ficaram resolvidas esta segunda-feira. Os deputados elegeram Abílio Morgado para o Conselho de Fiscalização do Serviço de Informações da República (SIRP) e Mário Mesquita para a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC).

Abílio Morgado foi eleito à segunda eleição, conseguindo mais três votos do que os 150 necessários para a eleição.