Melhor era quase impossível, pensará a França. Aliás, não fosse a entrada da Dinamarca vinda do pote 3 nas contas e os gauleses, vice-campeões da Europa em 2016, teriam ficado com algumas das melhores escolhas no plano teórico que poderiam enfrentar no Mundial da Rússia. Por isso, está no top dos mais sortudos.

O final da geração Zidane foi penoso para a França: ou era a qualidade das gerações seguintes que baixava, ou eram os problemas federativos ou disciplinares que causavam mossa, ou eram os treinadores que não se conseguiam enquadrar da melhor forma. Didier Deschamps, antigo campeão do mundo pelos gauleses, já viveu um pouco de tudo isto, mas mostrou, com o segundo lugar no Campeonato da Europa de 2016, que as grandes formações dos velhos tempos estão a voltar, reforçadas por prodígios que prometem marcar a próxima década do futebol europeu como Kylian Mbappé ou Ousmane Dembélé. Há muita juventude e jogadores abaixo dos 25 anos em todos os setores (Sidibé, Varane, Umtiti e Kurzawa na defesa; Pogba, Bakayoko, Lemar, Tolisso e Rabiot no meio-campo; Coman, Martial e Thauvin no ataque, além dos já nomeados Mbappé e Dembélé) que se juntam aos consagrados numa mescla que, engatando, pode colocar a França de novo a lutar pelos primeiros lugares.

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No plano teórico, a Dinamarca liderada pelo astro Eriksen (que dizimou por completo a Rep. Irlanda no playoff) surge como principal adversário dos gauleses, naquele que já é um duelo habitual em fases finais de grandes provas (só em Mundiais, será a terceira vez que se cruzam, com vitória da França em 1998 e dos escandinavos em 2002). Mas haverá também o Peru, o último país qualificado para o Mundial que vibrou tanto com o golo de Farfán no playoff com a Nova Zelândia que as máquinas chegaram a marcar um abalo semelhante a um terramoto de escala mínima mas que tem o grande goleador de fora (Guerrero, suspenso após um controlo anti-doping positivo), e a Austrália, a única formação das 32 qualificadas que não tem treinador, após a saída de Ange Postecoglou.

O BI do grupo C do Campeonato do Mundo em sete pontos

FRANÇA
Alcunha: Les Bleus (Os Azuis)
Participações no Mundial e melhor classificação: 15.ª participação (campeã em 1998)
Qualificação (Europa): 1.º lugar do grupo A com 23 pontos em 10 jogos (Bielorrússia, 0-0 fora e 2-1 em casa; Bulgária, 4-1 em casa e 1-0 fora; Holanda, 1-0 fora e 4-0 em casa; Suécia, 2-1 em casa e 1-2 fora; Luxemburgo, 3-1 fora e 0-0 em casa)
Treinador: Didier Deschamps (francês)
Estrela: Paul Pogba (Manchester United)
Goleador: Antoine Griezmann (Atl. Madrid)
Promessa: Kylian Mbappé (PSG)

PERU
Alcunha: Los Incas (Os Incas)
Participações no Mundial e melhor classificação: 6.ª participação (Quartos-de-final em 1970)
Qualificação (América do Sul): 5.º lugar com 26 pontos em 18 jogos (Colômbia, 0-2 fora e 1-1 em casa; Chile, 3-4 em casa e 1-2 fora; Paraguai, 1-0 em casa e 4-1 fora; Brasil, 0-3 fora e 0-2 em casa; Venezuela, 2-2 em casa e 2-2 fora; Uruguai, 0-1 fora e 2-1 em casa; Bolívia, 3-0 fora e 2-1 em casa; Equador, 2-1 em casa e 2-1 fora; Argentina, 2-2 em casa e 0-0 fora) e vitória no playoff intercontinental com a Nova Zelândia (0-0 fora, 2-0 em casa)
Treinador: Ricardo Gareca (argentino)
Estrela: Paolo Guerrero (Flamengo)
Goleador: Paolo Guerrero (Flamengo)
Promessa: Renato Tapia (Feyenoord)

DINAMARCA
Alcunha:
De Röd-Hvide (Os Vermelhos e Brancos)
Participações no Mundial e melhor classificação: 5.ª participação (Quartos-de-final em 1998)
Qualificação (Europa): 2.º lugar no grupo E com 20 pontos em 10 jogos (Arménia, 1-0 em casa e 4-1 fora; Polónia, 2-3 fora e 4-0 em casa; Montenegro, 0-1 em casa e 1-0 fora; Cazaquistão, 4-1 em casa e 3-1 fora; Roménia, 0-0 fora e 1-1 em casa) e vitória no playoff (Rep. Irlanda, 0-0 em casa e 5-1 fora)
Treinador: Äge Hareide (norueguês)
Estrela: Christian Eriksen (Tottenham)
Goleador: Nicklas Bendtner (Rosenborg)
Promessa: Yussuf Poulsen (RB Leipzig)

AUSTRÁLIA
Alcunha: Socceroos
Participações no Mundial e melhor classificação: 5.ª participação (oitavos-de-final em 2006)
Qualificação (Ásia): 1.º lugar no grupo B da 2.ª fase com 21 pontos em 8 jogos (Quirguistão, 2-1 fora e 3-0 em casa; Bangladesh, 5-0 em casa e 4-0 fora; Tajiquistão, 3-0 fora e 7-0 em casa; Jordânia, 0-2 fora e 5-1 em casa), 3.º lugar no grupo B da 3.ª fase com 19 pontos em 10 jogos (Iraque, 2-0 em casa e 1-1 fora; EAU, 1-0 fora e 2-0 em casa; Arábia Saudita, 2-2 fora e 3-2 em casa; Japão, 1-1 em casa e 0-2 fora; Tailândia, 2-2 fora e 2-1 em casa), vitória no playoff asiático (Síria, 1-1 fora e 2-1 em casa) e vitória no playoff intercontinental (Honduras, 0-0 fora e 3-1 em casa)
Treinador: sem treinador
Estrela: Tim Cahill (Melbourne City)
Goleador: Tim Cahill (Melbourne City)
Promessa: Awer Mabil (P. Ferreira)