O ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, considera que PS e Bloco de Esquerda têm um “relacionamento impecável” e “muito construtivo”, embora também haja “clareza nas divergências”. Em entrevista à Sic Notícias, a primeira que concede como governante, Siza Vieira lembrou que “na questão das renováveis, o Governo limitou-se a reafirmar a posição que o Governo e o Partido Socialista sempre tiveram e que é conhecida do Bloco de Esquerda e do PCP.”

A primeira traição na “geringonça” nos dois anos de namoro (e três orçamentos)

A aplicação de uma taxa às empresas de renováveis, uma proposta do Bloco, foi aprovada no Parlamento pelo PS e pelo PCP na sexta-feira, 24 de novembro, mas a 27 a mesma bancada do PS recuou, pediu para ser repetida a votação em plenário e chumbou a proposta. A “traição” provocou a ira do Bloco de Esquerda. O ministro parece, no entanto, desvalorizar a discussão (e votação) em sede parlamentar, já que lembrou um relatório de fevereiro de um grupo de trabalho entre PS, BE e Governo que demonstrava que não havia entendimento quanto a esta matéria.

Pedro Siza Viera diz que compreende que “o Bloco de Esquerda esteja incomodado com a forma como isto se passou“, mas diz que “quanto ao fundo, as questões são bastante claras: é uma posição de política, está no programa de Governo e foi afirmada em documentos conjuntos.”

Para o ministro sempre ficou claro — e passou a ler o relatório — que “o Governo e o PS entendem que o quadro regulatório fiscal dos investidores em renováveis deve ser mantido, porque a sua estabilidade é indutora de maiores investimentos”. O governante lembra ainda que “o programa de Governo aposta nas renováveis como uma forma do país reduzir as emissões de gases e as emissões de carbono.” Siza Vieira insiste que “nesta matéria, apenas houve uma reafirmação de uma orientação política que, para ser alterada, necessitaria, seguramente, de ter de outro tipo de entendimento”.

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