A agência de notação financeira Moody’s admitiu à Lusa melhorar a perspetiva de evolução da qualidade da dívida soberana de Moçambique, atualmente em incumprimento financeiro, se a reestruturação da dívida implicar perdas menores que 35%.

“A nossa perspetiva de evolução negativa [do ‘rating’] pode ficar estabilizada antes da conclusão do processo de reestruração da dívida se se tornar mais provável que as perdas para os credores não excedem os 35%”, disse a Moody’s em resposta a questões colocadas pela Lusa.

“Estamos cautelosos sobre a evolução das negociações; por um lado, a auditoria independe era uma pré-condição dos credores para qualquer reestruturação, bem como para o Fundo Monetário Internacional e outros doadores”, acrescenta a Moody’s.

“Por outro lado, o grupo de detentores da dívida considerou que as garantias dadas às empresas públicas deviam ser retiradas, já depois de o primeiro-ministro ter reiterado que todoso os empréstimos e títulos devem ser incluídos nas contas”, acrescenta a agência de notação financeiro, sublinhando a incerteza do desfecho deste diferendo.

Questionada sobre se os investidores ainda têm interesse em Moçambique, um país que entrou em incumprimento financeiro no ano passado e que não prevê no Orçamento quaisquer pagamentos da dívida no próximo ano, a Moody’s respondeu que sim.

“Os consideráveis recursos de gás natural são apelativos para os investidores, sendo a materialização do Gás Natural Liquefeito um potencial elemento que muda o curso dos acontecimentos [‘game changer’, no original em inglês] para o desempenho das exportações, macroeconomia e receitas do Governo”, argumentam os analistas.

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