O Ministério da Saúde quer apostar na hospitalização domiciliária em 2018. Os doentes, ainda em fase aguda, que receberem este tipo de internamento vão ter apoio médico em casa, onde não há risco de apanharem infeções hospitalares e onde há um maior conforto. A ideia é que os hospitais libertem camas para outros doentes e poupem dinheiro, segundo publicou esta segunda-feira o Jornal de Notícias.

A medida faz parte dos termos de referência para a contratualização de cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para 2018 – documento que define os princípios orientadores dos acordos que vão ser celebrados entre as unidades de saúde e a tutela. O pagamento aos hospitais será de 1714 euros por cada internamento domiciliário, valor que corresponde a 75% do preço-base de um internamento programado.

Algumas patologias serão prioritárias

A medida não vai ser aplicada a todos os doentes, com medidas de inclusão e exclusão a ter em conta. Será dada prioridade a patologias como Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), insuficiência cardíaca crónica descompensada, asma aguda, infeções adquiridas na comunidade ou no hospital, pneumonias e patologias tromboembólicas, entre outras, como refere o documento publicado pela Administração Central do Sistema de Saúde.

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O objetivo da medida é tirar as pessoas do internamento hospitalar “porque é melhor para as pessoas e por causa dos riscos das infeções nosocomiais”, mantendo os doentes em casa “sob monitorização”, disse, ao JN, o secretário de Estado da Saúde.

O apoio ao domicílio vai envolver médicos, enfermeiros, terapeutas e psicólogos – “uma equipa médica que vai a casa acompanhar o doente”, afirmou Manuel Delgado, sendo “mais um desafio para os hospitais”. Depois de o doente ter alta clínica de casa, passa a ser seguido nos cuidados de saúde primários.

A medida já foi aplicada ao Hospital Garcia da Orta, em Almada e tem sido bem sucedida. Para 2018, o Ministério de Saúde quer ainda reduzir em 10% a lista de espera para a cirurgia e em 15% para consulta hospitalar.