Começou por ser apenas a notícia de um acidente. Um grave acidente: Matías Messi, o irmão do meio do jogador do Barcelona, tinha entrado no hospital com vários ferimentos na sequência de uma queda quando estava a andar de lancha no rio Paraná. No entanto, o acidente acabou por ser apenas o primeiro capítulo de mais uma novela que vai levar o argentino para a prisão… depois de ter alta médica.

Quando as autoridades foram apurar as causas do acidente, depararam-se com vários vestígios de sangue na lancha (que foram recolhidos como prova, para haver a certeza de que pertence apenas a Matías Messi na sequência do acidente) e encontraram uma arma sem registo de calibre 380 com munições, o que motivou o mandado de detenção. Assim, quando sair do hospital, onde foi sujeito a uma cirurgia facial, o argentino será detido.

“A polícia encontrou uma arma não registada no barco do Matías mas não é dele. Ele não fugiu, continua internado em observação e à disposição da polícia para o que for preciso. Ele não tem armas, a família também já negou que a arma fosse dele”, avançou à imprensa argentina Ignácio Carbone, advogado de Matías Messi.

No entanto, a verdade é que as autoridades acreditam que existe algo mais nesta história, que poderá levar o irmão de Messi a enfrentar uma pena de prisão entre três anos e meio e oito anos e meio. A começar pela justificação dada ao segurança do clube de pescadores de Fighiera, onde atracou a lancha antes de seguir para o hospital pelo próprio pé, não esperando que chegasse a respetiva ajuda médica após o acidente: tinha chocado contra uma bolsa de areia no rio Paraná e que tinha sido isso a provocar-lhe os golpes na cara, conta o El País.

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Além de ter encontrado a arma ilegal, as marcas de sangue no barco não coincidiam com a versão que supostamente Matías Messi deu e foi a partir daí que começaram à procura do irmão do jogador do Barcelona, suspeitando que haveria pelo menos outra pessoa na lancha e que algo mais além de um simples acidente podia ter acontecido. Para adensar a intriga, a embarcação não tinha matrícula nem registo.

“A família MessiCuccitini deseja esclarecer que MatíasMessiCuccitini sofreu um acidente em Fighiera, no sul de Rosário, quando a lancha onde andava, com motor Mercury 115, chocou com uma bolsa de areia, tendo chocado contra o para-brisas e sofrendo fraturas na mandíbula e no céu da boca, assim como múltiplos cortes na cara (…) Felizmente, foram descartados todos os eventuais danos neurológicos (…) A família nega a existência de uma arma na embarcação, sendo falsas as informações a esse propósito”, reagiu a família.

A verdade é que, após sair do Sanatorio Parque de Rosário, onde irá permanecer internado em recuperação até 23 de dezembro, Matías Messi ficará em prisão preventiva, por ordem do juiz Andrés Donnola. Nesse período de tempo, como explica o 20 minutos, as perícias irão também esclarecer se, mediante as provas recolhidas na lancha, havia ou não outra pessoa na companhia do argentino.

De referir que Matías Messi já tinha sido detido duas vezes por posse de arma ilegal, em 2008 e 2015, teve outros “casos” no último ano, nomeadamente um acidente de viação em estranhas circunstâncias e as imagens que circularam nas redes sociais onde surgiu a acompanhar alguns narcotraficantes do grupo Los Monos. Em 2011, houve um tiroteio junto à casa onde reside o irmão de Messi, sem que se percebesse o porquê.