A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária já providenciou ração para alimentar os cinco mil coelhos penhorados que estavam a morrer à fome numa exploração de Estarreja, disse esta terça-feira fonte daquele organismo.

“A DGAV providenciou alimentação para os animais e está a diligenciar para a retirada dos cadáveres e para resolução da situação dos outros animais”, disse a mesma fonte.

Contactado pela Lusa, Flávio Moreira, proprietário da exploração de cunicultura que foi alvo da penhora, confirmou que recebeu 300 quilos de ração na segunda-feira e outros 300 esta terça-feira.

O mesmo responsável disse ainda ter recebido a informação de que o tribunal já levantou a penhora dos animais para que estes possam ser transportados do local onde estão.

“A retirada dos cadáveres está a ser tratada mas ainda não há nenhum dia previsto”, disse Flávio Moreira, adiantando que os animais vivos “vão ser retirados para abate, não para consumo humano mas para subprodutos”.

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Os animais estavam a morrer à fome desde a semana passada depois de terem sido penhorados juntamente com outros bens por causa de uma dívida de cerca de 7.600 euros a um fornecedor de ração que foi executada a 13 de novembro.

O proprietário diz que continuou a alimentar os coelhos até a ração terminar, o que aconteceu na passada quarta-feira, adiantando que grande parte dos animais já morreu e os restantes estão doentes.

“O coelho é um animal muito sensível e requer determinados cuidados, nomeadamente higiene, comida a horas e na quantidade necessária, coisa que não se tem feito”, disse Flávio Moreira.

Apesar de a alimentação aos animais já estar assegurada, o PAN, que tem estado a acompanhar o caso, diz que o problema de base mantém-se pois “não existe qualquer acompanhamento por parte do Estado nas penhoras de animais”.

“Denote-se que a penhora não foi a causa de morte de grande parte dos coelhos mas sim a ausência de prestação de cuidados por parte do seu proprietário e a inação da DGAV”, refere o partido em comunicado, considerando “inconcebível” que em 2017 se deixem animais morrer à fome e à sede em Portugal.

Segundo o PAN, este tipo de diligências “deveriam garantir sempre e inequivocamente o superior interesse dos animais”, nomeadamente através do acompanhamento pelo Médico Veterinário Municipal a fim de este poder assegurar as condições de bem-estar exigíveis durante todo o processo.