Modelo lançado no mercado há mais de 20 anos, mais precisamente em 1995, o Mercedes-Benz Sprinter prepara-se para, com a chegada da sua terceira geração, já em 2018, entrar num mundo totalmente novo – o da digitalização e conectividade permanentes. Assumindo-se, ao mesmo tempo, como o ponta-de-lança da nova estratégia AdVANce (assim mesmo…), com a qual a divisão de comerciais da marca da estrela pretende deixar de ser um “mero” fornecedor de meios de transporte, para passar a ser um fornecedor de soluções de mobilidade e de transporte integral.

Traduzida por miúdos, esta nova estratégia procura fazer destes veículos de trabalho propostas mais eficazes, mais completas e mais versáteis. Graças não só à possibilidade de passarem a funcionar permanentemente conectados, mas também em resultado de uma maior versatilidade e adaptabilidade do próprio veículo às necessidades específicas de cada cliente. Tudo isto sem esquecer um posicionamento mais ecológico, graças à estreia de novas versões eléctricas – no caso do mercado português, a começar com a introdução do eVito e do eSprinter, ambos em 2019.

O “Mercedes Pro”

Estudos citados pela marca alemã apontam para o aparecimento de 600 grandes cidades em todo o mundo, as quais, até 2025, deverão reunir 60% da população mundial, mas também 60% do PIB mundial. Pelo que a Mercedes destaca a necessidade de as empresas de entregas e serviços serem cada vez mais eficazes na forma como trabalham. Aproveitando ao máximo a potencialidade dos carros que mantêm a circular, nomeadamente através de uma melhor e permanente gestão e adequação das suas frotas, sejam elas grandes ou pequenas.

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Assim, numa altura em que se prepara para lançar a terceira geração do seu comercial médio, o Sprinter, a Mercedes promete não apenas um novo veículo, mas uma solução integrada e abrangente. Materializada, desde logo, num comercial equipado de série com o hardware necessário para funcionar em rede, integrado numa frota e permanentemente ligado à empresa, graças a um conjunto de serviços online, especialmente vocacionados para gestão de veículos, a que o fabricante deu o nome “Mercedes Pro”.

Em muitos aspectos idêntica ao pacote de serviços online para veículos de passageiros “Mercedes Me”, esta nova oferta de serviços de cariz mais profissional vem permitir um controlo digital a todo o instante de qualquer automóvel parte de uma frota. Visando uma mais eficaz utilização do mesmo, não só através de uma permanente actualização da localização e dados do veículo, mas também e numa fase futura, da própria carga.

Comunicação é a chave

Solução indicada para pequenas e médias empresas, com menos de 20 trabalhadores, independentemente da área de actividade em que actuem, a Mercedes cita como exemplo o caso das entregas ou das empresas de reparações, cujos funcionários ou técnicos fazem do automóvel o seu local de trabalho sobre rodas. E que, com os serviços online do “Mercedes Pro”, passam a dispor de uma ligação e acompanhamento permanentes da parte da empresa ou gestor de frotas. Que, assim, tanto pode ajudar a cumprir mais facilmente horários e prazos de entrega, agendar atempadamente revisões ou reparações, como aproveitar da melhor forma os chamados tempos mortos ou de imobilização temporária do veículo (durante a noite, por exemplo), para a realização de outras tarefas.

Como exemplo, a marca da estrela cita a possibilidade de, durante o período nocturno, enquanto o veículo está imobilizado à porta do condutor, a logística poder localizar o comercial e, utilizando uma chave electrónica, abastecê-lo com tudo o que é necessário para o serviço do dia seguinte. Sejam encomendas a entregar, peças ou ferramentas a utilizar num determinado trabalho, ou até mesmo géneros alimentares que têm de ser entregues logo pela manhã. Funcionalidade que a Mercedes denomina de “In-Van Delivery & Return”.

Chegado ao carro no dia seguinte, o condutor não só tem já introduzido no sistema da viatura os serviços e trajectos a fazer – que, de qualquer forma, podem ser alterados a qualquer momento do dia, em função das necessidades -, como tudo aquilo que necessita para levar a cabo a sua missão, sem perder tempo com carregamento, separações de carga ou outras questões. Simultaneamente, são evitadas quaisquer falhas de comunicação entre condutor e coordenador da frota.

No futuro, as versões do “Mercedes Pro” mais completas deverão permitir ao gestor da frota aferir, a qualquer momento, o estado da carga, o que ainda falta entregar, ou até mesmo, no caso de transporte de passageiros, saber qual a taxa de ocupação do veículo, ao longo de todo o percurso. Sendo que, funcionando em conjunto com uma aplicação de partilha de viagens a pedido – neste caso, fornecida pela startup americana Via -, o próprio gestor da frota poderá introduzir ligeiras alterações no percurso, de forma a apanhar mais passageiros pelo caminho.

Um para cada profissão

A par de uma permanente comunicação entre automóvel e empresa, a Mercedes pretende oferecer um novo e muito diferente Sprinter – mais funcional e adaptável às necessidades de cada sector de actividade. Propondo, por isso, diferentes tipos de carroçaria, distâncias entre eixos, capacidades de carga, já para não falar em mais de mil versões diferentes.

Anunciado desde já com tracção dianteira, integral ou traseira, três distâncias entre eixos, quatro tipos de comprimento e três alturas de tejadilho (tudo ainda sem números concretos), o novo Sprinter apresenta-se assim como um veículo de trabalho capaz de responder às necessidades de todo e qualquer cliente. Partindo, em termos de cabina, de uma versão base até uma versão topo de gama, com todas as soluções possíveis, muitas delas (volante, alguns comandos, ecrãs digitais e possivelmente tácteis, etc…), importadas dos veículos de passageiros. Mas tendo sempre a funcionalidade e versatilidade como elementos invariavelmente presentes, seja em que versão for.

Um estudo da McKinsey, referente ao sector das entregas de encomendas em espaço citadino, prevê taxas de crescimento na ordem dos dois dígitos até 2025. O que leva os responsáveis da marca de Estugarda a defenderem a necessidade de um veículo à imagem do utilizador, da empresa e do sector de actividade em que vai ser utilizado. Com as soluções propostas a poderem ir desde a melhor arrumação de peças ou acessórios no espaço de carga, beneficiando também de um acesso agora mais fácil, graças ao rebaixamento em 80 mm do plano de carga, até um espaço de carga concebido em função das necessidades específicas, por exemplo, do transporte de produtos alimentares ou perecíveis.

Aliás, para esse sector em particular, a Mercedes acena, mais uma vez, com soluções apoiadas na digitalização. Desde a indicação, por meio luminoso ou outro, do local onde está arrumada, dentro do próprio espaço de carga, a próxima entrega, para que o condutor não perca tempo a procurá-la, até um sistema de fecho automático da porta de carga, para que a temperatura interior sofra o mínimo de alterações possível, garantindo assim a manutenção da qualidade dos produtos. Sendo que, a partir do momento em que o condutor se afasta para ir entregar a mercadoria, o próprio veículo tranca as portas.

Sprinter eléctrico para 200 km

A par desta versatilidade, a Mercedes pretende dar resposta às preocupações ambientais que se fazem sentir nas grandes cidades, através da disponibilização de versões eléctricas – não só do Sprinter, cuja variante 100% eléctrica, o eSprinter, só deverá chegar em 2019, mas também do mais pequeno Vito, cuja versão eVito deverá estar disponível, na Alemanha, já a partir de 2018. Ao passo que, em Portugal, só deverá chegar em 2019, praticamente ao mesmo tempo que eSprinter. E, já agora, caso as indicações deixadas pelos responsáveis da Mercedes-Benz Vans se confirmem, cerca de um ano antes do Citan eléctrico.

Quanto ao eSprinter, a ideia é propor versões do mesmo comercial eléctrico, de acordo com as diferentes necessidades de cada cliente. Ainda que, em todos os casos, utilizando sempre os mesmos componentes das variantes eléctricas já conhecidas dos veículos de passageiros, como é o caso do motor – no Sprinter eléctrico, colocado sobre o eixo dianteiro (será, sempre, um tracção dianteira), com potências na ordem dos 100 cv.

As baterias, em iões de lítio e dispostas sob o piso, deverão variar, na capacidade e autonomia, consoante as necessidades de cada cliente. Aproveitando também o facto de se tratar de um sistema modulável, ou seja, que permite acrescentar ou retirar módulos. Com a opção a reflectir-se não só nas autonomias, mas também no preço do veículo.

Como configuração standard surge um conjunto de três blocos de baterias, a anunciar 40,5 kWh de capacidade, e que deverão oferecer uma autonomia na ordem dos 150 a 200 km, ao mesmo tempo que acrescem cerca de 120 kg ao peso total do veículo. Sendo que o objectivo da Mercedes é que o sistema permita cargas “rápidas”, de modo a que seja possível repor a totalidade da capacidade em menos de 1 hora. Já num carregamento lento, por exemplo durante a noite, o processo deverá demorar cerca de seis horas.

Preços? Só mais tarde

Finalmente, e quanto a preços para tudo isto, dos serviços de mobilidade como o “Mercedes Pro”, à preparação de veículos consoante as necessidades de cada sector de actividade, ou até mesmo das versões eléctricas, uma só resposta: nada está definido. Ou seja, há que esperar.

Ainda assim, no caso do concreto do “Mercedes pro”, pode-se apontar como exemplo o “Mercedes Me” que, nos veículos de passageiros, está a ser oferecido, na versão base, nos primeiros três anos. Com os clientes que o desejem manter, a partir daí, a terem de pagar 30€ por ano, ou 99€, por três anos. Basicamente, uma referência…