Os acionistas do Moza Banco anunciaram esta quinta-feira em Maputo um aumento de capital no montante de 3,5 mil milhões de meticais (50 milhões de euros), passando o capital social a ser de 13,8 mil milhões de meticais (195 milhões de euros).

O aumento foi aprovado por unanimidade durante uma assembleia geral extraordinária do banco realizada na quarta-feira, refere-se esta quinta-feira em comunicado.

“Este aumento de capital visa assegurar a implementação do Plano Estratégico 2017 – 2021 e irá permitir ao Moza Banco reforçar o seu posicionamento estratégico e comercial”, explica-se no documento.

A instituição que foi intervencionada pelo Estado em 2016 devido à quebra dos seus indicadores financeiros, pretende agir “em conformidade com as melhores práticas internacionais de gestão prudencial e de risco”, afirmou João Figueiredo, presidente do Conselho de Administração, citado no comunicado.

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O dirigente classifica o Moza como “um dos maiores bancos” no que concerne a fundos próprios e “a instituição financeira com o maior capital social” a operar no país.

Antes de ser intervencionado, o banco era o quarto maior do país ao nível de ativos, depósitos, empréstimos e adiantamentos.

Depois do aumento de capital anunciado esta quinta-feira, o fundo de pensões do Banco de Moçambique, Kuhanha, mantém a posição dominante no Moza com 84,6% das ações, a Moçambique Capitais tem 7,845%, a sociedade gestora de participações portuguesa Novo Banco África tem 7,538% e o acionista António Matos tem uma ação.

O Banco de Moçambique anunciou no final de maio a venda do Moza Banco ao Kuhanha depois de em setembro do ano passado ter intervencionado a instituição bancária, cuja “situação financeira e prudencial” se degradou de forma insustentável.

A decisão do banco central em vendê-lo ao seu fundo de pensões foi considerada ilegal pela Comissão Central de Ética Pública (CCEP) de Moçambique.

No entanto, o governador Rogério Zandamela considera o desfecho da intervenção no Moza como “motivo de muito orgulho”.