Cerca de 45 mil pessoas — números da polícia belga — estão a manifestar-se esta quinta-feira em Bruxelas em favor da independência da Catalunha, num protesto convocado pela ANC e pelo Òmnium Cultural, duas das principais associações independentistas da Catalunha.

Com os manifestantes, que pedem à União Europeia que mude a sua posição sobre o tema, está o presidente destituído do governo regional catalão, Carles Puigdemont, que continua a residir na Bélgica e que irá discursar no encerramento do dia, e também vários representantes de forças políticas catalãs, incluindo o antigo presidente do governo regional Artur Mas.

Os manifestantes protestam contra a posição da União Europeia de não apoiar a independência da Catalunha e exigem “liberdade para os presos políticos“, como se lê num cartaz que segue na frente da manifestação.

Carles Puigdemont chegou ao local do protesto por volta das 11h30 locais (10h30 em Lisboa) e foi recebido em euforia pelos manifestantes.

Concentrados perto das sedes das instituições europeias, os manifestantes gritam como principal palavra de ordem “Europa, Acorda! Ajuda a Catalunha”. Os manifestantes chegaram a Bruxelas pelos mais diversos meios de transporte: além dos voos comerciais, centenas viajaram em voos ‘charter’, foram mobilizados mais de 250 autocarros, alguns dos quais tiveram muitas dificuldades em chegar ao “quarteirão europeu”, já que os acessos ficaram bloqueados, e outros deslocaram-se mesmo em viaturas particulares.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Concentrados no “Parque do Cinquentenário”, vizinho das sedes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, os manifestantes, muitos dos quais “embrulhados” em bandeiras da Catalunha, iniciaram uma marcha, no final da qual estão previstos discursos do ex-presidente do governo da Catalunha, Carles Puigdemont, e da “número dois” do partido independentista Esquerda Republicana da Catalunha, Marta Rovira.

Os pró-independentistas já contaram com o apoio, no terreno, de vários membros do N-VA, o partido independentista da Flandres (região neerlandesa da Bélgica), que em comunicado escreveu que “Hoje somos todos catalães”.

A tentativa de criar na Catalunha um Estado soberano e independente de Espanha terminou com a intervenção judicial do Governo central na região, o que levou o então presidente do governo regional e outros governantes a refugiarem-se em Bruxelas.

Uma dezena de líderes separatistas estão a ser investigados pela justiça espanhola por alegados crimes de rebelião, sedição e peculato.