Depois de Terry Richardson, outro grande nome da fotografia, Bruce Weber, de 71 anos, é envolvido num escândalo de assédio sexual. O fotógrafo, que trabalhou para a Vogue e contribuiu para marcas como a Calvin Klein e a Ralph Laurent, é acusado por dois modelos.

Na semana passada, o modelo Jason Boyce acusava Bruce Weber de lhe ter tocado durante uma sessão fotográfica no seu estúdio, em 2014. Esta terça-feira, Mark Ricketson, que trabalhou para marcas como a Yves Saint Laurent e a Marc Jacobs, contou, num comunicado conjunto com Boyce, que Weber o assediou num contexto semelhante.

De acordo com a acusação, Boyce tinha 28 anos quando, após algumas fotografias, Weber lhe pediu que se despisse, tendo depois forçado-o a beijá-lo. Segundo o comunicado, Weber colocou ainda os dedos do modelo na boca – Boyce lembra que ficou “aterrorizado e enojado”. Por fim, o fotógrafo murmurou-lhe algumas palavras: “Se tivesses confiança ias longe”, disse-lhe, perguntando “O quão longe queres ir? O quão ambicioso és?”.

Com Mark Ricketson a situação aconteceu em 2005, também numa sessão de fotografias. Contudo, de acordo com o Daily Mail, Weber disse ao modelo que ele parecia demasiado “tenso”, aconselhando-o a “guiar a mão” para um dos três locais – testa, peito e estômago – no seu corpo para “encontrar energia”; a advogada do manequim, Lisa Bloom, contou depois que Weber agarrou na mão de Ricketson e a colocou nos seus órgãos genitais. “Senti-me envergonhado e embaraçado”, lembrou o modelo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Depois do assédio…

Depois do sucedido com Weber, Jason Boyce mudou-se para a Califórnia e deixou a carreira de modelo.

O Sr. Boyce sentiu um medo intenso ao pensar numa carreira de modelo numa indústria onde o Sr. Weber é considerado por muitos como um fotógrafo de topo e o principal ‘campeão’ para os modelos masculinos”, lê-se no comunicado.

Jason Boyce pede agora uma indemnização por danos morais pela “angústia emocional” sofrida e a perda de oportunidade económica, uma vez que deixou a carreira de modelo.

Rickeston contou que teve medo de ficar na “lista negra” da indústria se contasse o que tinha acontecido e se acusasse o fotógrafo de assédio sexual, acrescentando que lhe diziam “se queres trabalhar tens de fazer o que te dizem”.

Tentar lidar com o trauma do que experienciei e com o silêncio durante todos estes anos levou-me a travar uma batalha com a depressão, a ter tendências viciantes e a lutar para conseguir construir relações duradouras”, contou Rickeston.

Além de Weber, o processo de acusação inclui nomes como os da agência de modelos Soul Artist, para qual Boyce trabalhava, e o do seu chefe, Jason Kanner. A advogada contou que desde que o processo foi aberto tem vindo a receber mais relatos de acusação semelhantes aos de Boyce.

Os representantes do fotógrafo não comentaram ainda o caso, segundo o HuffPost’s, mas ao que se sabe, Weber já está a sofrer repercussões: na terça-feira, a Vanity Fair cancelou uma festa em Miami cujo objetivo era honrar o fotógrafo.

Terry Richardson impedido de trabalhar com a Vogue e outras publicações