Popota, é verdade que não gosta muito de dar entrevistas?

Sim, é verdade, até fico um bocadinho nervosa. Estou muito mais confortável em cima do palco a dançar e a cantar, é assim que gosto de me expressar e é muito mais fácil do que falar com jornalistas. Sem ofensa, claro.

Obrigado. Fale-me um bocadinho da sua infância: sempre gostou de cantar e dançar?

Desde que me lembro. Sempre ouvi muita música na casa dos meus pais e tentava imitar tudo o que ouvia. Com dois anos já era a grande atração lá de casa, passava a vida a cantar. Cantava no quarto, cantava na sala, cantava na casa de banho, cantava à janela, cantava em todo o lado. E cantava para toda a gente, mas especialmente para o meu avô, que foi muito importante para mim durante a minha infância, e alguém com quem passei momentos muito bonitos.

O seu público gostava?

Acho que sim. Pelo menos sempre me incentivaram a perseguir este sonho, desde muito cedo.

Tem irmãos?

Não, sou filha única.

Era uma forma de se entreter sozinha, portanto.

Sozinha e não só. Mesmo na escola, mais tarde, aproveitava todos os intervalos para compor músicas e ensaiar coreografias com os meus colegas. E fazíamos coisas tão giras que muitas vezes acabávamos a atuar nos eventos da escola.

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Era boa aluna?

Era boa aluna, sim. Aliás, tinha de ser. Os meus pais sempre me impuseram essa condição: se queria cantar e dançar tinha de ter boas notas na escola. E eu tinha, fartava-me de estudar. Aliás, na época dos testes e exames cantava a matéria para ajudar a decorar.

Quando é que a música se torna um assunto mais sério na sua vida?

Curiosamente, depois de participar num casting em que não fui escolhida. Tinha 17 anos. Sabia cantar mas não dançava lá grande coisa. Então percebi que tinha de melhorar a parte da dança: entrei na Academia, treinei muito e mais tarde ganhei o Popovisão. A partir daí começaram a aparecer muitos convites, muitas oportunidades e já não parei mais. Foi também nessa altura que criei o Popota Estúdios para mim e para a minha crew. É onde ensaiamos todas as canções e coreografias. Foi lá que gravei o dueto com o Tony Carreira.

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Com o Tony Carreira?

Sim, já lá vão uns anos valentes. Era uma canção romântica. [Popota começa a cantar] Não digas não, não. Ao verbo amar. Quando é paixão, não dá para negar… É bem bonita a música, foi um sucesso na altura.

Mas geralmente a Popota até prefere coisas mais mexidas, não é?

Sim, gosto muito de Pop e R&B. Tudo o que tenha um certo swag e dê para dar um pezinho de dança, percebe?

Como é que se prepara para ter toda essa energia no palco?

Isto implica muito treino. Mas não só: é preciso combinar o exercício físico com uma alimentação equilibrada. Tento beber muita água, manter-me sempre hidratada, nunca bebo refrigerantes. De vez em quando bebo um sumo de frutas, mas até prefiro comer fruta do que beber sumos. E tento sempre tomar um bom pequeno-almoço e depois ir comendo várias vezes ao dia.

Nunca faz uma asneira?

De vez em quando como um chocolate. E se estiver numa festa de aniversário não vou dizer que não à fatia de bolo. Não sou fundamentalista, acho que devemos fazer tudo de forma equilibrada, percebe?

Percebo pois. E o que é gosta de fazer nos tempos livres?

Neste momento não tenho muitos tempos livres: este espetáculo que estamos a preparar ocupa-me grande parte do tempo. Mas gosto de fazer outras coisas, como qualquer artista. Gosto de ir ao cinema, gosto de jantar com os meus amigos. Adoro vestidos bonitos, sou louca por sapatos, por isso gosto muito de ir às compras. Outra das paixões que tenho são os livros. Por exemplo, muitas vezes aproveito as pausas nos ensaios para pôr a leitura em dia. E, claro, gosto de estar com crianças, de lhes contar histórias, dar aulas de música…

Gostava de ter filhos?

Lá mais para a frente, quem sabe. Mas nesta altura estou solteira e focada na minha carreira a 100%.

Não está apaixonada?

Estou muito apaixonada pelo meu público e estou muito apaixonada pelo meu trabalho.

Este espetáculo é sobre essa paixão?

Também é, mas não só. É um espetáculo muito especial.

Porquê?

Porque este é um musical inédito, uma mistura de Broadway com Cirque du Soleil, e faz uma viagem por vários momentos da minha vida. Um bocadinho como o que estamos a fazer nesta entrevista, no fundo, mas em cima do palco. Estamos a ensaiar há três meses e vai ser algo em grande: vamos contar a história desde o meu nascimento até me tornar Rainha da Pop.

Não teme que a Madonna possa querer reclamar esse título só para si?

Claro que não. E como ela agora mora em Lisboa espero é que venha ao espetáculo e que traga os filhos. Até porque este é um musical direcionado para as crianças, com uma mensagem muito positiva para os pais e para os mais pequeninos.

Qual é essa mensagem?

A de que quando acreditamos nos nossos sonhos e lutamos por eles não há impossíveis. Eu sou o exemplo vivo disso. Mas não é só a história, é também a forma como a vamos contar: temos músicas originais, acrobatas de parkour, danças verticais, projeção de vídeo em tempo real… Como se costuma dizer: vamos partir a loiça toda.

É muita gente em palco?

Somos cerca de 30 artistas coordenados pela Sissi Martins, a encenadora, e pela Rita Spider, a coreógrafa. A direção musical é do Artur Guimarães. Todos eles já fizeram grandes musicais e outros espetáculos deste género, têm uma grande experiência internacional.

Popota, vejo que já a estão a chamar para voltar aos ensaios: quer deixar alguma mensagem final aos seus fãs?

Que apareçam no Campo Pequeno este fim de semana, que levem os amigos, a família, os colegas, os vizinhos, toda a gente. E que se preparem para cantar e dançar muito, porque não vai ser só um musical. Vai ser uma festa. E de arromba.

Popota Ao Vivo acontece no Campo Pequeno, em Lisboa, dias 8, 9 e 10 de dezembro. Os bilhetes encontram-se disponíveis na Ticketline, no Campo Pequeno e em lojas Continente Selecionadas, por valores entre os 12€ e os 35€, com 25% desconto em Cartão Continente. Para mais informações, consulte o site www.popota.continente.pt.