China, Índia e Rússia defenderam esta segunda-feira que a solução do conflito israelo-palestiniano passa pelo respeito das resoluções das Nações Unidas e das “fronteiras mutuamente reconhecidas”, dias depois de os Estados Unidos terem reconhecido Jerusalém como capital de Israel.

A paz no Médio Oriente exige “um acordo completo, justo e duradouro para o conflito israelo-palestiniano” que deve ter por base as resoluções da ONU, a iniciativa de paz árabe e os acordos firmados previamente entre Israel e a Palestina, indicaram os chefes da diplomacia das três potências emergentes, Wang Yi (China), Sergei Lavrov (Rússia) e Sushma Swaraj (Índia), num comunicado conjunto.

Um acordo a alcançar, segundo frisaram os ministros dos Negócios Estrangeiros, “através de negociações destinadas a criar um Estado palestiniano territorialmente contíguo, independente e viável (…) dentro das fronteiras mutuamente acordadas [pelos dois países] e reconhecidas internacionalmente”.

Lavrov, Wang e Swaraj reuniram-se segunda-feira em Nova Deli num âmbito de consultas trilaterais para discutir questões de interesse mútuo.

Apesar dos representantes de Moscovo, Pequim e Nova Deli não terem mencionado diretamente os Estados Unidos ou o nome de Jerusalém, a declaração conjunta de Lavrov, Wang e Swaraj surge dias depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter reconhecido aquela cidade como capital de Israel, contrariando a posição da ONU e dos países europeus, árabes e muçulmanos, assim como a linha diplomática seguida por Washington ao longo de décadas.

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No anúncio feito na passada quarta-feira, Trump também divulgou a transferência da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém.

Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.

A decisão de Trump desencadeou fortes críticas da comunidade internacional e fez disparar a tensão no Médio Oriente, bem como comprometeu segundo as vozes internacionais o papel de Washington como mediador de paz.

A questão de Jerusalém é uma das mais complicadas e delicadas do conflito israelo-palestiniano, um dos mais antigos do mundo.

Israel ocupa Jerusalém leste desde 1967 e declarou, em 1980, toda a cidade de Jerusalém como a sua capital indivisa.

Os palestinianos querem fazer de Jerusalém leste a capital de um desejado Estado palestiniano, coexistente em paz com Israel.

Jerusalém é considerada uma cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos.