O presidente da petrolífera norte-americana ExxonMobil considerou esta quarta-feira que a empresa vai valorizar os recursos energéticos de Moçambique, no dia em que foi anunciada a sua entrada para a Área 4 de exploração de gás natural.

“A ExxonMobil apresenta liderança e experiência em LNG [gás natural líquido, sigla inglesa] para apoiar o desenvolvimento dos recursos de alta qualidade de gás natural de Moçambique,” referiu Darren W. Woods, presidente do Conselho de Administração, citado num comunicado da empresa.

Woods acredita que a “perícia em projetos e marketing” da firma, a par da “capacidade financeira”, vão ajudar “a aumentar o valor dos recursos de energia de Moçambique”.

“Trabalharemos em estreita colaboração com os nossos parceiros para desenvolver este recurso de classe mundial”, concluiu.

A decisão final de investimento foi anunciada este ano e o gás natural da Área 4, no alto mar do norte do país, deverá começar a ser exportado dentro de cinco anos.

A Eni concluiu hoje a venda de 25% de participação indireta à norte-americana ExxonMobil, num negócio de 2,8 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros), acordado em março.

A norte-americana entra na Eni East Africa, que detém 70% da Área 4.

A Eni East África vai mudar de nome para Mozambique Rovuma Venture e passar a ser participada em partes iguais de 35,7% pela Eni e pela ExxonMobil e em 28,6% pela Corporação Nacional de Petróleo da China.

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Além da Mozambique Rovuma Venture, a Área 4 de Moçambique conta com participações da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) de Moçambique, da coreana Kogas e da portuguesa Galp Energia, cada qual com uma fatia de 10%.

É a parcela de 35,7% da ExxonMobil na Mozambique Rovuma Ventura que corresponde indiretamente a 25% do total da Área 4.

O Estado moçambicano prevê arrecadar 354,4 milhões de dólares norte-americanos com a tributação de mais-valias da transação entre as duas petrolíferas.

A decisão final de investimento do consórcio da Área 4 foi anunciada a 1 de junho, em Maputo, e está em construção a plataforma flutuante que vai extrair gás natural em alto mar, na bacia do Rovuma do oceano Índico, norte do país.

A petrolífera BP vai comprar ao consórcio toda a produção de gás natural liquefeito por 20 anos.

Nos comunicados hoje divulgados pela Eni e ExxonMobil, explica-se que a Eni vai “continuar a liderar o projeto Coral Sul da plataforma flutuante de gás natural”, enquanto a ExxonMobil “vai comandar a construção e operação de todas as futuras unidades de liquefação de gás natural e instalações relacionadas”.

As descobertas em águas profundas da Área 4 englobam “cerca de 85 biliões de pés cúbicos (2,4 biliões de metros cúbicos) de gás natural, que se prevê venha a ser a fonte de combustível com maior crescimento no mundo, estando Moçambique bem posicionado para a fornecer durante os próximos 40 anos ou mais”, referiram as duas empresas.