Os copos de vinho de hoje são sete vezes maiores do que eram antes. A capacidade média de um copo de vinho nos anos 1700 era de cerca de 66 ml, sendo atualmente de 449 ml.

A comparação é feita pelos cientistas da Universidade de Cambridge, que descobriram que a capacidade aumentou cerca de sete vezes em 300 anos, segundo o jornal The Guardian.

Para a realização do estudo foram examinados 411 copos, entre os quais alguns do século XVIII, que estavam guardados no Museu Ashmolean, em Oxford, copos utilizados no Palácio de Buckingham, e, mais recentemente, copos utilizados nos catálogos John Lewis.

O tamanho contribui para o aumento do consumo?

O estudo sobre o tamanho dos copos de vinho, que foi publicado na quarta-feira, no BMJ, teve como objetivo tentar perceber se as alterações no volume dos copos contribuíram para um aumento do consumo de álcool. “Quando tem que ver com a quantidade de vinho que bebemos, o tamanho do copo de vinho provavelmente interessa”, disse a Professora Theresa Marteau, diretora da Unidade de Investigação de Comportamento e Saúde, da Universidade de Cambridge.

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Os copos ficaram mais avolumados, tendo hoje em dia uma capacidade de 449 ml. Há 300 anos, um típico copo de vinho tinha capacidade para cerca de metade da medida mais pequena agora existente, de 125 ml.

“Desde os anos 90, o tamanho aumentou rapidamente. Se isso levou ao aumento do consumo de vinho, não podemos dizer com certeza, mas um copo de vinho há 300 anos só teria mantido cerca de metade da medida pequena de hoje”, afirmou Zorana Zupan.

O consumo de álcool, em Inglaterra, tem variado ao longo dos últimos anos, devido a fatores económicos, legislativos e sociais. Entre 1960 e 1980, o consumo de vinho aumentou cerca de quatro vezes, e quase aumentou para o dobro entre 1980 e 2004.

A associação Wine and Spirits Trade afirma que estas modificações têm que ver com as modas do momento. O chefe executivo, Miles Beale, diz que “o vinho tinto, por exemplo, é servido em copos largos para que possa respirar, algo que talvez há 300 anos não era uma prioridade”.

O estudo indica que o álcool é o quinto maior fator de risco que contribui para a mortalidade precoce e incapacidade nos países mais desenvolvidos.