Nuno Melo considera “inqualificável” o silêncio do primeiro-ministro em relação à situação na Raríssimas, caso que já levou à demissão de um secretário de Estado e que pôs “em causa” um ministro. Para o eurodeputado e vice-presidente do CDS-PP, o comportamento de António Costa “confirma uma rotina”.

“Qualquer chefe de governo faz declarações relevantes, desde qualquer parte do mundo. Portugal tem um chefe de Governo que escolhe qualquer parte do mundo para poder ficar calado”, afirmou Nuno Melo em Estrasburgo. “Não é normal que já se tenha demitido um secretário de Estado, esteja em causa um ministro e o primeiro-ministro se mantenha calado”, disse, referindo-se ao ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva — que esteve recentemente na Suécia com a antiga presidente da instituição já depois de saber das denúncias sobre a gestão da Raríssimas –, e à saída do executivo de Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde.

Lamentando que Portugal tenha “um primeiro-ministro insensível e absolutamente impreparado”, o eurodeputado frisou que Costa só deu “sinais de vida” para dizer que “2017 foi um ano ‘particularmente saboroso’, ignorando o significado mais de 100 mortos em incêndios trágicos e sem precedentes”. Na quarta-feira, o primeiro-ministro afirmou, perante os funcionários portugueses em Bruxelas, que o ano foi “particularmente saboroso para Portugal”, apontando as grandes mudanças dos últimos 12 meses.

Nuno Melo defendeu ainda que não há nenhuma questão económica e financeira “que permita dizer em Bruxelas que o ano foi ‘particularmente saboroso'”, principal porque se discute esta quinta-feira “o mecanismo de Proteção Civil Europeu e a tragédia portuguesa esteve em todos os discursos políticos”.

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