Com vários projectos a decorrer no domínio da condução autónoma, a Volvo não quer correr riscos, motivo pelo qual terá já decidido atrasar a introdução de carros com tecnologia de nível 4, ou seja, totalmente autónomos, até que exista 100% de garantias quanto à sua segurança. Segundo as previsões já feitas pelo construtor sueco, a sua tecnologia Drive Me só estará disponível lá mais para 2021.

Recusando um caminho como o que tem vindo a ser cumprido pela norte-americana Tesla, que tem optado por disponibilizar os seus sistemas de condução autónoma aos clientes ainda nas versões beta, actualizando-os via wireless sempre que concebe novos upgrades, a Volvo diz preferir esperar até confiar plenamente na segurança da sua tecnologia.

Segundo contas já feitas pela marca, a introdução da tecnologia de condução autónoma de nível 4 (carros completamente autónomos, ainda que com o condutor a poder assumir os comandos), durante a próxima década, deverá representar um aumento no preço dos automóveis na ordem dos 8.500€.

Não 100 carros autónomos, mas 100 condutores

Agora com uma atitude mais conservadora, ao invés de colocar a circular 100 carros autónomos nas ruas de Gotemburgo, a marca sueca prefere apostar numa colaboração com 100 condutores pré-seleccionados, os quais, durante os próximos quatro anos, vão conduzir modelos Volvo equipados apenas com nível 2 da tecnologia. Ou seja, veículos que já permitem tirar as mãos do volante durante breves momentos, que conseguem manter-se de forma autónoma na faixa de rodagem, ou até mesmo proceder a manobras de estacionamento sem intervenção do condutor. Através desses condutores, a Volvo espera ter o feedback necessário para fazer da sua tecnologia Drive Me 100% segura.

Ao longo desta jornada, muitas das questões que esperávamos que viessem a ser realmente difíceis de resolver, foram resolvidas mais depressa que imaginávamos. Mas viemos a descobrir problemas mais profundos para resolver, do que, à partida, estávamos à espera”, admitiu já o director do programa de condução autónoma da Volvo, Marcus Rothoff.

Uma das razões que a marca sueca aponta para colocar um travão no lançamento da tecnologia tem a ver com a forma rápida como os sensores e processadores têm vindo a desenvolver-se. Pelo que o construtor não quer arriscar escolher cedo demais o hardware para a sua solução de condução autónoma.

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