O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, o jordano Zeid Ra’ad Al Hussein, anunciou esta quarta-feira que não pretende avançar para um segundo mandato, justificando a decisão com o “atual contexto geopolítico” desfavorável.

O diplomata jordano, que assume este cargo desde 2014, expressou a sua intenção numa mensagem de correio eletrónico enviada à sua equipa de colaboradores, documento ao qual as agências internacionais tiveram acesso.

Decidi não me candidatar a um segundo mandato de quatro anos. Fazê-lo, no atual contexto geopolítico, implicaria dobrar o meu joelho e suplicar; silenciar uma declaração de defesa; reduzir a independência e a integridade da minha voz, que é a vossa voz”, referiu Zeid Ra’ad Al Hussein no correio eletrónico enviado aos seus colaboradores.

“Não quer ser político, e para ser reeleito teria de sê-lo. Quer manter a sua independência até ao final”, afirmaram fontes próximas das Nações Unidas, citadas pela agência espanhola EFE.

Zeid Ra’ad Al Hussein tem denunciado abertamente as violações dos direitos humanos a nível mundial e tem sido especialmente crítico do discurso do ódio, da xenofobia e da discriminação, postura que já o fez apontar o dedo por diversas ocasiões ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O mandato do diplomata jordano, que detém o título de príncipe na Jordânia, termina em agosto de 2018, após quatro anos no cargo.

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