O sindicato que representa os inspetores do SEF considerou quarta-feira “manifestamente insuficiente” o efetivo no aeroporto de Lisboa, atualmente de cerca de 160, defendendo que neste posto de fronteira deveria existir, no mínimo, 250 elementos.

“Qualquer efetivo inferior a 250 inspetores no aeroporto de Lisboa é manifestamente insuficiente, nós temos aqui um efetivo na casa dos 160 inspetores. Há aqui um défice que é do conhecimento público”, disse aos jornalistas o presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF, Acácio Pereira.

O aeroporto de Lisboa vai contar a partir de quarta-feira com 44 novos inspetores do SEF, reforço que se prolonga até 05 de janeiro e significa um aumento de cerca de 30% dos efetivos naquele posto de fronteira.

O início de funções destes inspetores no âmbito do reforço durante a época de Natal e de Ano Novo foi hoje marcado num encontro que decorreu no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e contou a participação do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

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Também presente no encontro, o presidente do sindicato adiantou que atualmente “não há períodos altos e baixos” no aeroporto de Lisboa, existindo “sempre períodos altos” devido ao aumento de passageiros.

Acácio Pereira sustentou que “os constrangimentos vão continuar”, apesar do reforço deste efetivo.

“A questão do aeroporto de Lisboa não se resolve apenas com pessoas. Resolve-se com pessoas, mas também com uma correta gestão de infraestrutura”, disse, insistindo na necessidade de reforçar o efetivo do SEF em todo o país.

Segundo o sindicato, o efetivo desejável para o SEF é de 1.200 inspetores.

“O SEF tinha 720 inspetores, neste momento, contando com os estagiários, tem cerca de 825. Naturalmente que este número não é suficiente, qualquer número inferior a mil não é suficiente”, frisou.

Sobre a admissão de cem novos inspetores, cujo concurso de admissão foi publicado em Diário da República na semana passada, o presidente do sindicato disse que estes novos elementos vão entrar em funções apenas no início de 2020.

Também presente neste encontro estava um dirigente do Sindicato dos Funcionários do SEF (SINSEF), que em declarações aos jornalistas voltou a dar um prazo ao governo, até janeiro, para resolver os problemas que afetam os trabalhadores não policiais daquele serviço, caso contrário avançam para uma greve geral.

Estes trabalhadores exigem o reconhecimento da especificidade da carreira geral do pessoal que trabalha no SEF, pedindo o pagamento de um suplemento remuneratória e de um passe social, disse Bruno Gabriel.

O dirigente adiantou que este suplemento significa um aumento de cerca de 200 euros a cada trabalhador não policial, totalizando no final do ano cerca de três milhões de euros, que “são alguns vistos ‘gold'”.

Questionado sobre esta ameaça de greve, o ministro da Administração Interna afirmou que o prazo de um mês significa “um sinal de confiança no diálogo”.