O presidente cubano e irmão do líder histórico Fidel Castro, Raúl Castro, anunciou “oficialmente” esta quinta-feira que irá deixar a presidência de Cuba em abril de 2018, adianta o El Mundo. O anúncio surge num dia em que o parlamento cubano, segundo a agência EFE, estendeu até 19 de abril de 2018 a atual legislatura, que terminaria a 24 de fevereiro. Será a primeira vez em seis décadas que Cuba não será liderada por alguém da família Castro.

A medida foi proposta pelo Conselho de Estado — o principal órgão de decisão do país — e a justificação para a aprovação foi a “situação excecional” em que o país se encontra, na sequência da passagem do furacão “Irma” em setembro.

De acordo com a Constituição de Cuba a legislatura só pode ser prolongada com o “acordo da própria Assembleia em caso de guerra ou em virtude de outras circunstâncias excecionais que impeçam a realização normal de eleições e enquanto tais circunstâncias persistirem”.

As próximas eleições gerais cubanas têm um particular interesse, já que a próxima legislatura será a primeira vez em seis décadas em que a presidência de cuba não será ocupada por um líder com o apelido de Castro. Embora ainda não tenha sido confirmado oficialmente, espera-se que o sucessor de Raúl Castro seja o atual primeiro vice-presidente, Miguel Díaz-Canel.

O processo eleitoral, que inclui a realização de comícios municipais, regionais e nacionais, começou a 26 de novembro com as eleições municipais (autárquicas) no país, onde, segundo dados oficiais, participaram 7,6 milhões de pessoas. Só concorreu um partido. Ainda surgiu um movimento de cidadãos #Otro18, que tentou apresentar candidatos independentes, mas não consegui apresentar-se a eleições. O regime voltou a permitir que apenas um partido (o Partido Comunista de Cuba, o do poder) fosse a votos.

Raúl Castro assumiu presidência de Cuba a 24 de fevereiro de 2008, mas, na prática, já liderava o país desde 31 de julho de 2006 quando assumiu o cargo de presidente do Conselho de Estado.

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