“Sinceramente, temos pessoas na prisão por não terem pago 125 mil euros”, terá dito Caridad Gómez Mourelo, responsável da Unidade Central de Coordenação do Fisco espanhol em matérias de Delito Fiscal, naquela que foi uma das frases marcantes do depoimento prestado a 7 de dezembro no Tribunal de Primeira Instância no caso que envolve Cristiano Ronaldo, acusado de fraude fiscal, de acordo com o jornal El Mundo.

“A falta de declaração, em pelo menos quatro delitos fiscais, foi completamente voluntária”, terá também advogado a responsável, numa espécie de resposta à argumentação de defesa do jogador português, que defende que esse valor de 14,7 mihões de euros resulta de uma mera discrepância técnica de âmbito administrativo. Acusando também o jogador do Real Madrid de “opacidade” no assunto, Caridad Gómez Mourelo defendeu ainda que o cenário de ter uma estrutura societária nas Ilhas Virgens Britânicas pretendia que tudo se passasse sem ser detetado. “Detetámos e continuamos a detetar, o que é super positivo para todos”, salientou.

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Segundo o El Mundo, a declaração terá ainda arrasado a argumentação de defesa de Cristiano Ronaldo em relação à ligação do jogador à sociedade offshore Tollin Associates. “Tinha como óbvia finalidade a ocultação [dos valores em causa] e a não tributação no momento em que ocorreu”, frisou.

“Se vens para a Espanha, e se antes utilizavas uma sociedade nas Ilhas Virgens Britânicas porque estavas no Reino Unido e tinhas essa ligação, a mesma deixa de existir. É um contribuinte importante quantitativamente e qualitativamente pelo impacto mediático, e é fundamental que exista uma coordenação na forma de assumir os critérios com que enfrentamos a regularização”, acrescentou, perante as perguntas da magistrada sobre as normas e regras que a investigação adotou e que a defesa de Cristiano Ronaldo não considera corretas.

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