Na mira do Departamento de Estado norte-americano, que acusa o fabricante de utilização de um dispositivo ilegal nas motorizações a gasóleo, para falseamento dos valores dos consumos e emissões, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) procura sair o mais airosamente possível deste escândalo, tendo anunciado a sua disponibilidade para, no plano judicial, chegar a acordo com os donos dos veículos, quanto às mais que certas indemnizações.

Esta posição foi comunicada por um conselheiro nomeado pelo tribunal, o qual revelou que os advogados de ambas as partes trocaram já propostas de acordo e debateram os termos das mesmas com o Departamento de Justiça dos EUA, a entidade responsável pela qualidade do ar na Califórnia (California Air Resources Board) e a multinacional Robert Bosch, também ela envolvida neste escândalo.

Estamos a tentar encontrar vias sólidas que permitam chegar a um acordo do agrado de todos. Todas as partes estão nesta negociação de boa-fé e, certamente, envidando todos os esforços para que seja possível alcançar uma solução abrangente”, comentou já o principal responsável judicial pelas negociações, Ken Feinberg.

Recorde-se que, em Maio, o Departamento de Justiça dos EUA processou a FCA, acusando-a da utilização de software ilegal nos motores diesel de cerca de 104 mil veículos, comercializados nos Estados Unidos desde 2004. Software que, ainda segundo a acusação, levava a que as viaturas em causa emitissem níveis excessivos de poluição, numa utilização dita normal – mas não durante os testes de apuramento dos valores relativos aos consumos e emissões. Contudo, a FCA negou sempre qualquer tentativa de infracção, garantindo que nunca criou qualquer software destinado a contornar os regulamentos anti-emissões.

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