A passagem de ano na capital angolana, Luanda, volta este domingo a fazer-se entre as habituais festas, roupa a condizer e vigílias nas igrejas, entre cânticos e orações para agradecer a paz em Angola.

Contactados pela Lusa, vários populares afirmaram que são estes os rituais mais frequentes para muitos no último dia de cada ano, traduzindo-se deste modo numa tradição seguida à risca conforme refere a catequista Ana Santinho, que não abdica do traje branco e vermelho neste período. “Primeiro vou à missa, depois visto-me de branco e vermelho. O mais importante é o amor entre a família e o próximo. Orar para pedir paz e harmonia entre as pessoas”, explicou. Em Angola, é habitual as igrejas abrirem as portas para cultos da passagem de ano.

A 31 de dezembro de 2012, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) realizou em Luanda a denominada vigília “Dia do Fim”, reunindo 25 mil fiéis num estádio da capital com capacidade para 70 mil pessoas, evento que culminou na morte de seis adultos e quatro crianças, por asfixia e esmagamento, além de 120 feridos. O bancário José Paca, de 38 anos, explicou que não descarta participar na vigília na igreja, “sinónimo de entrar em paz” no novo ano.

“Porque festas, a gente festeja durante o ano. Chegar ao final de ano e transitar é sempre motivo para agradecer a Deus”, justificou, mostrando-se, contudo, indiferente quanto a cores específicas para a noite da passagem de ano. Na Igreja, trajado de branco e a entoar canções num grupo coral, é a maneira “mais adequada” que Miguel Bernardo encontra, pelo quarto ano consecutivo, para transitar de ano. “Normalmente canto num grupo coral trajados todos de branco. O traje é branco para simbolizarmos a paz é um novo ano e queremos sempre paz e inovações”, sublinhou.

Já Bernardo Dala explica não ter a cultura de sair de casa no último dia do ano, pelo que trinta minutos antes da meia-noite de 31 de dezembro “dobra os joelhos em gratidão a Deus por ter alcançado aquele momento”. “Não é fácil e são momentos únicos, daí que nada mais resta senão render graças ao criador sobretudo pela vida e pedindo saúde para o ano que começa. Este é o meu vício e esta tem sido a minha tradição nesta fase do ano”, rematou.

Celma Patrícia, estudante, prefere vestir de branco no Réveillon, mas numa festa que será em privado: “Em casa com os amigos. Estaremos vestidos de branco, para entrarmos o ano bem, na paz e na harmonia”.

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