Um homem barricou-se este sábado no interior de um posto dos correios em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, com 11 reféns — nove adultos e duas crianças. Segundo a Reuters, a polícia libertou os reféns — durante a tarde, o suspeito já tinha libertado as crianças e três mulheres — e deteve o homem.

“Todos os reféns em Kharkiv foram libertados. O atacante foi detido”, avançou o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, na sua conta de Twitter, deixando um agradecimentos às forças policiais.

A polícia entrou no posto de correios depois de um dos reféns lhes ter aberto a porta, adiantou o procurador de Kharkiv, Yuriy Danylchenko. O chefe da polícia ucraniana, Serhiy Knyazev, citado pela Associated Press, adiantou que nenhum dos reféns ficou ferido.

Segundo o chefe regional da polícia, Oleh Bekh, o homem tinha um historial de comportamento antisocial e de crimes ligados a drogas. “Provavelmente precisa de ajuda psiquiátrica. Durante a detenção sofreu ferimentos ligeiros. Ele não estava num estado normal… os reféns disseram que ele estava a beber álcool.”

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De acordo com o jornal ucraniano Ukrainskaya Pravda, o alerta foi dado pelas 14h40 (11h40 em Lisboa) pelo marido de uma das funcionárias dos correios, que ligou para o 112. “Segundo ele, um homem entrou no posto dos correios com o objetivo de o assaltar”, disse ao Ukrainskaya Pravda o porta-voz da polícia, Yaroslav Trakalo.

Um conselheiro do ministro do Interior, citado pela Reuters, referiu no Facebook que um dos reféns conseguiu ligar para a polícia e quando lá chegaram, poucos minutos depois, o assaltante percebeu que não conseguiria abandonar o local e fez reféns os funcionários e clientes do posto de correios.

Yaroslav Trakalo adiantou ao canal de televisão 112, também citado pela Reuters, que a polícia acreditava que o homem tinha armas e explosivos. Uma das crianças contou a um órgão de comunicação que o suspeito disse que tinha um tumor cerebral e tratou bem os reféns. A criança referiu ainda que o homem colocou explosivos em duas garrafas e ameaçou fazer-se explodir, caso a polícia não o ouvisse.

Oleh Bekh disse, esta tarde, à agência de notícias russa Interfax que, “não foram feitas exigências”, pelo que as autoridades desconheciam as motivações do homem, que terá entrado no interior do posto dos correios, junto à estação de metro de Kyuvska, com o rosto tapado. “Ele não fez nenhuma exigência”, esclareceu o responsável. “Estamos a fazer de tudo para manter a comunicação com ele e garantir que os reféns são libertados”.

Em declarações ao canal de televisão 112, citadas pela Reuters, Bekh acrescentou que o homem se mostrou preocupado com a recente troca de prisioneiros entre as autoridades ucranianas e os separatistas pró-russos. Esta semana, foi acordada uma troca de mais de 300 prisioneiros entre a Ucrânia e os rebeldes.

A operação, levada a cabo dias antes das comemorações do Natal ortodoxo, celebrado a 7 de janeiro, foi a maior desde o início do conflito em Donbass e uma das poucas ocasiões em que foi seguido o acordo de paz assinado em 2015. De acordo com a Interfax, Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia, já anunciou uma nova reunião para decidir uma outra troca de prisioneiros.