As prestações pagas pelas famílias aos bancos pelo crédito à habitação voltaram a descer em 2017, mas menos do que em anos anteriores. Para 2018, os analistas estimam uma subida ligeira.

A Lusa publica todos os meses a evolução das prestações pagas pelos clientes bancários que têm empréstimo para compra de casa, segundo os cálculos feitos pela Deco/Dinheiro&Direitos, tendo em conta a variação das taxas Euribor, que são o indexante de referência da maior parte dos créditos à habitação em Portugal.

Para 2018, os analistas contactados pela Lusa admitem que as taxas Euribor possam vir a subir ligeiramente, continuando em terreno negativo, o que terá como impacto um aumento ligeiro das prestações das famílias com crédito à habitação. Filipe Garcia, da IMF – Informação de Mercados Financeiros, diz que é mais provável alguma subida destas taxas na segunda metade de 2018.

A mesma previsão faz João Lampreia, do Banco BIG, que afirma que estas taxas estão “condicionadas às taxas de juro do BCE [Banco Central Europeu]”, pelo que admite uma variação das Euribor mais significativa nos meses finais de 2018.

Ainda assim, ambos os analistas preveem que as taxas Euribor apenas se aproximem dos 0% no final do ano, afastando que saiam de terreno negativo, pelo que o impacto nas prestações de crédito à habitação deverá ser ainda limitado.

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Comparando o valor de prestação pago no início e no fim de 2017, no caso de um empréstimo no valor de 150 mil euros a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses com um ‘spread’ (margem de lucro do banco) de 1%, este desceu 3,78 euros ao longo de 2017 (de 467,59 euros em janeiro para 463,81 euros em dezembro).

Já no caso de um empréstimo nas mesmas condições, mas indexado à Euribor a três meses, a prestação desceu 87 cêntimos (de 461 euros em janeiro para 460,13 euros em dezembro) em 2017. Esta variação é bem menos significativa do que as registadas nos anos anteriores (2014, 2015 e 2016), quando a prestação de crédito à habitação caiu, nas mesmas simulações, mais de dez euros por ano.

A contribuir para esta evolução estão as taxas Euribor, que em 2017 ‘afundaram’ menos do que em anos anteriores. A média mensal da Euribor a seis meses, que era em dezembro de 2016 de -0,218%, fixou-se em -0,271% em dezembro de 2017. Já a taxa a três meses fixou-se em -0,328% em dezembro último, que compara com -0,316% do último mês de 2016.