O projeto ainda não tem nome, nem tão pouco existe ainda a maior parte da tecnologia necessária para concretizá-lo, mas a NASA já tem uma missão interestelar planeada para 2069, ano em que se cumprem exatamente 100 anos desde que o homem chegou à Lua.

O conceito da nova missão, avançou a New Scientist, foi apresentado por Anthony Freeman, do Laboratório de Propulsão a Jacto (JPL, na sigla em inglês), durante o Congresso da American Geophysical Uninon, em Nova Orleães, EUA.

O projeto “está numa fase muito precoce”, contou o El País, mas, segundo Freeman, coincide com o arranque de uma série de propostas semelhantes organizadas por organizações privadas.

Para concretizar a missão e chegar a Alpha Centauri, a NASA precisa de criar tecnologia que atinja 10% da velocidade da luz — ou seja, até 30 mil quilómetros por segundo. As imagens que sejam recolhidas só chegarão à Terra em 2113. Isto significa que os engenheiros e cientistas que vão analisá-las nem sequer tinham nascido quando a nave tivesse sido lançada. Este é um cenário que nunca antes se viu.

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Agora as missões espaciais fazem-se com um enfoque muito conservador. Se realmente queremos enviar uma missão a outra estrela, temos de ser um pouco mais loucos”, reconhece Freeman.

Entre as ideias para concretizar o projeto estão a propulsão nuclear, a comunicação via ótica, a impressão a 3D que funcione no espaço, e sistemas de inteligência artificial capazes de criar novos programas de software, mas também a colisão de partículas de matéria e anti-matéria.

Os investigadores que estão a trabalhar em missões atuais duvidam da viabilidade destes projetos. Mar Vaquero, engenheiro da JPL, crê que a proposta dos colegas é “muito louca e teórica”, embora diga também que “não há dúvida de que é um conceito que convida à reflexão”.

Vaquero não deixa de fazer um paralelo com missões recentes: “A rota de Cassini não estava totalmente planeada no momento do lançamento (…) pode acontecer algo semelhante com esse conceito e enfrentaremos desafios em diferentes campos (…), mas não tenho dúvidas de que podemos resolvê-los”.