O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau manifestou-se esta sexta-feira confiante de que há médicos suficientes para atender as necessidades, tentando sossegar deputados preocupados em particular com a falta de profissionais em áreas de especialidade.

“Os Serviços de Saúde procedem sempre ao recrutamento de profissionais de saúde para o Centro Hospitalar Conde de São Januário [CHCSJ] e à sua formação conforme as necessidades”, afirmou Alexis Tam, na Assembleia Legislativa, em resposta ao deputado Si Ka Lon, durante o plenário dedicado a interpelações orais.

Segundo Alexis Tam, que tem a tutela da Saúde, não só o rácio de 2,6 médicos por cada mil habitantes foi atingido no ano passado, como há o plano que foi definido até 2020 pensado para responder às necessidades em Macau, onde, segundo observou, o número de consultas no hospital público, por exemplo, é mais elevado do que noutros países e territórios.

O Governo “já iniciou os procedimentos de recrutamento de 152 médicos internos complementares, sendo a taxa de conclusão de 55% em relação aos 275 a serem recrutados” até 2020, disse o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura.

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Vários deputados, incluindo oriundos do setor da saúde, como Wong Kit Cheng, intervieram, para apontar que, apesar de terem sido atingidos padrões, nomeadamente ao nível da proporção de médicos locais – que corresponde atualmente, segundo dados divulgados esta sexta-feira, a cerca de 85% do total -, há “especialidades que têm falta de médicos”.

“Não se preocupem com a falta de médicos especialistas”, respondeu. “Quando precisamos de médicos especialistas podemos [recrutar] através da cooperação regional [a hospitais de nível 3-A da China] e também em Portugal”, havendo “dezenas de médicos portugueses que estão dispostos a trabalhar em Macau”, complementou Alexis Tam.

Os Serviços de Saúde abriram, no final de novembro, um concurso para contratar 21 médicos de Portugal para 13 áreas de especialidade no hospital público. Em setembro, Macau contava com 59 profissionais de Portugal, a maioria médicos, segundo dados facultados por Alexis Tam durante uma visita ao país.

Além disso, segundo afirmou esta sexta-feira, entre 2015 e outubro de 2017, houve globalmente cerca de 100 novos recrutamentos de médicos especialistas pelos Serviços de Saúde, a juntar a mais de uma dezena de residentes de Macau que regressaram e integraram o hospital público como médicos especialistas nos últimos dois anos graças ao regime de reconhecimento da equivalência de formação.

O Governo “continua a reforçar a aposta nos recursos assim como a recrutar mais profissionais de saúde, de forma a aperfeiçoar os serviços de prevenção de doenças, de cuidados de saúde primários e diferenciados”, sustentou Alexis Tam.

Em paralelo, reiterou, encontram-se na fase final os preparativos relativos à Academia de Ciências Médicas de Macau que concentrar-se-á “na formação de médicos especialistas” com vista à melhoria “das habilidades clínicas dos profissionais de saúde da entidade pública, e até as de todos os profissionais de saúde” do território.