O candidato à liderança do PSD Rui Rio afirmou nesta sexta-feira que não fará uma campanha de ataques pessoais e rejeitou que a sua moção de estratégia tenha ataques ao partido ou ao seu adversário, Pedro Santana Lopes. “Não vão contar comigo nunca e vou resistir até ao limite de transformar esta campanha numa coisa mais baixa de ataques pessoais que só vão contribuir para desprestigiar mais ainda quem anda na política”, afirmou Rui Rio, num jantar com militantes em Terrugem (Sintra), no distrito de Lisboa.

O candidato e antigo autarca do Porto salientou que, depois das diretas de 13 de janeiro, “o PSD continua e tem de continuar de forma ainda mais unida”. Rui Rio aproveitou para responder a uma crítica que lhe foi dirigida pelo seu adversário no debate de quinta-feira, na RTP, em relação à sua moção de estratégia global. “Ao contrário do que dizem e do que disseram ontem não é uma moção a dizer mal de ninguém, nem a dizer mal do PSD, só está a querer o bem do país com ideias positivas e ideias para o futuro”, afirmou.

O primeiro debate com Santana Lopes fez também parte do discurso que antecedeu o de Rio, de Pedro Rodrigues, fundador do movimento interno do PSD “Portugal não pode esperar”. “Acho que nenhum apoiante de Rui Rio se esconde, tenho um enorme orgulho em apoiar Rui Rio (…). Não tenho nada contra o Pedro Santana Lopes, entusiasmei-me com muitas intervenções suas em congresso, mas eu não quero para o partido o entusiasmo de curto prazo de claque”, defendeu.

Perante apoiantes e alguns membros da sua Comissão de Honra, como David Justino, Graça Carvalho ou Pedro Roseta, Rui Rio sintetizou alguns pontos da sua moção, nomeadamente sobre o que pretende para o PSD. “Não podemos sequer admitir que os portugueses estejam a pensar de uma maneira e o partido de forma diferente, o partido tem de se confundir com a sociedade portuguesa, foi assim que o PSD nasceu”, destacou.

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Em matéria económica, Rio reiterou o objetivo de conseguir contas públicas equilibradas, mas rejeitou qualquer obsessão com o ‘défice zero’, dizendo não ser “de obsessões, mas de racionalidades”.

Sobre o papel do Estado, o candidato à liderança do PSD apontou o objetivo de reduzir o seu peso e de descentralizar mais funções que atualmente cabem à administração central. “Nós temos um Estado grande, temos talvez um Estado inchado, mas um Estado inchado não é necessariamente um Estado forte”, alertou, dando como exemplos as tragédias dos incêndios do Verão passado.

A este propósito, Rio defendeu ser necessário mais colaboração internacional, para resolver problemas de dimensão supranacional, e uma maior descentralização para que “o Estado se concentre no que só ele pode fazer”, como a Justiça.

O PSD escolherá o seu próximo presidente em 13 de janeiro em eleições diretas, que serão disputadas entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio.