No final do século XIX, a fotografia ainda estava a dar os primeiros passos: em 1893 tinha passado menos de meio século desde que Louis Daguerre inventara o processo de produção de fotografias permanentes em poucos segundos. Mas a oitava arte avançava de vento em popa: em 1887 inventou-se a película de celuloide, no ano seguinte a Kodak inventou a primeira máquina fotográfica fácil de usar e logo a seguir foi anunciada a criação da primeira imagem em movimento. Ainda assim, a fotografia era carrancuda: continuava tão cara que as pessoas preferiam tirar sempre fotografias muito sérias e os cenários eram sombrios e aborrecidos. Mas, na capital da Noruega, um jovem estudante de 19 anos tinha uma ideia muito mais colorida.

Carl Stormer estudava no curso de Matemática na Univerdade Real de Frederick, agora Universidade de Oslo. Em 1893 tinha comprado uma câmara e um colete de espionagem C.P. Stirn que, conforme veio a explicar ao St. Hallvard Journal em 1942, montava debaixo da roupa: punha as lentes no lugar de um dos botões e um fio no bolso que puxava sempre que queria tirar uma fotografia. Ao contrário das fotografias sisudas daquele tempo, Carl Stormer fotografava as pessoas enquanto riam, conversavam ou passeavam.

Considerado o primeiro paparazzi da Noruega, Carl Stormer gostava de fotografar as pessoas exatamente no momento em que elas o cumprimentavam. Fê-lo, segundas as suas contas, 500 vezes. Mas não fez da fotografia vida: terminou o curso e depois deixou-se apaixonar pela física. Juntando os três ramos tornou-se num dos cientistas mais reconhecidos no estudo das auroras boreais.

Veja as fotografias de Carl Stormer na fotogaleria.

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