Steve Bannon, ex-conselheiro do presidente dos Estados Unidos, emitiu um pedido de desculpas este domingo, na sequência de críticas feitas ao filho mais velho de Donald Trump. Aquele que já foi considerado o n.º 2 da Casa Branca, e que Donald Trump apelidou de “sloppy” (“desleixado” em português) nos últimos dias, desempenhou um papel crucial no polémico livro Fire and Fury: Inside the Trump White House, à venda desde sexta-feira, sendo citado por diversas vezes “numa linguagem picante”.

A reunião que Donald Trump Jr. teve na Trump Tower, em Nova Iorque, com a advogada russa Natalia Veselnitskaya, em período de campanha para as presidenciais norte-americanas, está no centro da polémica. Bannon acusou o primogénito de Trump, bem como o genro Jared Kushner e o então diretor de campanha Paul Manafort, de ter sido “antipatriótico” e de ter “atraiçoado” a nação, declarações que fizeram aquecer os discursos mais recentes do próprio presidente, que se distanciou publicamente de Bannon. Num comunicado, Trump acusa o ex-conselheiro de “ter ficado doido” quando perdeu o emprego.

Steve Bannon critica Trump Jr. em novo livro. Presidente responde: “Ele ficou doido”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Agora, isolado dos seus aliados políticos, tal como escreve o jornal The New York Times, Bannon está a reverter as suas declarações, ao dizer que o filho mais velho de Trump é “um patriota e um homem bom”, assegurando que a referência feita a uma eventual traição era dirigida apenas a Paul Manafort. Bannon vem a público após cinco dias de silêncio, um atraso do qual já se arrependeu.

“Os meus comentários dirigiam-se a Paul Manafort, um experiente diretor de campanha conhecedor da forma como os russos operam”, disse num comunicado citado pelo The New York Times. “Ele deveria saber que eles eram duvidosos, astutos e não [eram] nossos amigos.”

Este domingo, Stephen Miller, conselheiro próximo de Trump, disse em entrevista à CNN que os comentários de Bannon, que surgem na polémica obra de Michael Wolff, são “vingativos” e “grotescos”. Ainda durante o dia de hoje, Trump publicou mais um tweet onde se lê que teve de lidar com “notícias falsas” desde o dia em que anunciou a corrida à presidência dos EUA. “Agora, tenho de aturar um Livro Falso, escrito por um autor completamente desacreditado.”

No mesmo tweet, Donald Trump dá a entender que está a sofrer ataques políticos semelhantes aos que em tempos atingiram Ronald Reagan a insinuar que o antigo presidente norte-americano entre 1981 e 1989 padecia de perturbações mentais. Reagan morreu em 2004 devido a complicações derivadas do Alzheimer que lhe foi diagnosticado dez anos antes. Foi também nesse contexto que Trump defendeu a sua capacidade mental numa série de tweets publicados no sábado, descrevendo-se como um “génio” “um génio muito estável”.