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  • Novo debate, mais mentiras e meia-verdades. No jogo televisivo, os candidatos à liderança do PSD voltaram às imprecisões e às omissões, contando uma versão da história que nem sempre corresponde aos factos. No segundo e último debate na televisão, os recortes de jornais voltaram a ser uma arma. Os factos alternativos também.

    Fact check. Os factos alternativos de Rio e Santana no segundo debate

  • Pode ler aqui o resumo do debate, pela Rita Dinis:

    O empate. Rio cedeu aos “truques” e Santana propôs acordo escrito com PS para garantir que “quem ganha governa”

  • Rio com "ânimo", Santana pronto para "mais três meses" de campanha

    Já após o debate, mas ainda na redação da TVI, os candidatos comentaram este segundo confronto na televisão. Santana Lopes considerou este um “debate mais programático, diferente do anterior”, tendo sido “mais um contributo” para esclarecer o que cada um pensa. O antigo primeiro-ministro diz ter ficado “contente” por ver que “foi possível voltar a clarificar a posição política na questão-chave: que é a questão face ao Bloco Central, coligações ou não com o PS e qual a posição que o PSD tem sobre essa matéria.”

    Já Rui Rio reiterou que “os debates não são os momentos ideiais para apresentar ideias”, já que “é muita confusão: um diz uma coisa, outro diz outra coisa”. Para Rio um debate “é um momento, mas não é um momento em que se esclarecem as pessoas”. Apesar disso, Rio fez “um balanço mais positivo, porque não vieram alguns ataques” que aconteceram no outro e conseguiu “clarificar” algumas ideias.

    Sobre a reta final da campanha, Santana diz que faria “mais três meses” e Rio diz que “o ânimo é o mesmo de ontem ou de anteontem” e que pelo que tem “visto ao longo de três meses” tem “o apoio necessário para ganhar”. O portuense destaca: “É preciso não esquecermos que quem ganhar é que o vai defrontar António Costa algures em 2019”.

  • O debate na TVI já terminou e durou cerca de 60 minutos. O debate foi menos tenso que o anterior, embora os candidatos tenham falado — em alguns momentos — ao mesmo tempo e Rio se tenha queixado de Santana não o deixar falar. Desta vez,

    Desta vez não houve um knock-out, com Rio a atacar o adversário com vários recortes. Santana registou que Rio estava a “gostar” dos truques que antes tinha criticado. Mas houve muitos atropelos. Destaque para as posições diferentes dos dois sobre a renovação ou não do mandato de Joana Marques Vidal na PGR: Santana aposta na renovação, Rio recusa-se a responder a um não-assunto. Destaque ainda para o cenário pós-eleitoral em caso de vitória do PS: Santana diz que só apoia governo minoritário de Costa se houver acordo escrito antes das eleições.

    Daqui a pouco o Observador publica uma análise do debate e fact check às declarações de ambos os candidatos à liderança do PSD.

  • Santana só viabiliza governo minoritário do PS se houver "acordo escrito" antes das eleições a dizer que o maior Governa

    Santana Lopes rebateu que “Costa não pode enganar os portugueses” e, por isso, “tem de dizer o que vai fazer depois das eleições: ou quer governar à esquerda ou quer vir aqui ao PSD”. E, portanto, essa questão não pode ser deixada para depois. Para Santana aceitar viabilizar um governo minoritário socialista “o PS tem de voltar a provar que está de acordo com esta prática constitucional”. Rio diz que o adversário já mudou de opinião, Santana diz que apenas admite “conversar sobre o assunto”. Para Santana “aqui também tem de haver acordo escrito. De que quem é maior, governa”. Isto porque, “se houvesse, Passos seria primeiro-ministro”.

    Santana diz que o PSD viabilizar o governo de Costa, por respeito à sua história, depois do que se passou com a ‘geringonça’ “não tem pés e cabeça.” Santana acrescentou depois: “Vieste para derrotar Passos Coelho, eu vim para derrotar António Costa”. Rio disse que essa era uma “frase feita” e avisou o adversário: “Com essas declarações, estás a reforçar o Bloco de Esquerda e o PCP.”

  • Rio: "Se por acaso o PSD não ganhar prefiro deixar passar o PSD de forma a estar agarrado à AR como um todo e não apenas à esquerda"

    Voltando a falar sobre a hipótese de Bloco Central, Rui Rio defende que o “PSD tem de ir para as eleições para ganhar”. Santana interrompeu-o mais uma vez: “Vamos ver se não mudas a versão”. E Rio contrapôs que se há coisa que o caracteriza é que é uma “pessoa que diz a mesma coisa há muitos anos”. O autarca portuense aproveitou mais uma vez para meter mais um recorte com uma frase comprometedora para Santana, dois meses antes de sair do Governo, em que Santana dizia: “Sócrates é um primeiro-ministro com visão”. Santana respondeu que se referia à visão do socialista apenas “em matéria de investigação científica”.

    Passada a troca de argumentos, Rui Rio lembrou que “o PSD tem de ser coerente com os ataques que faz hoje a António Costa”, quando diz que “Costa não deixa Passos governar, embora o PSD seja o partido mais votado”. Lembrou que também Marcelo Rebelo de Sousa fez o mesmo quando era líder do partido, enquanto o próprio Rio era secretário-geral, e em 2009.

    Rio defende que “se amanhã, por acaso, o PSD não conseguir ganhar” prefere “deixar passar o PS de forma estar amarrado à AR como um todo e não só à esquerda.”

  • "Se há coisa que eu sei é sobre finanças públicas, digo sempre o mesmo, até sou maçador", diz Rio

    No plano económico do debate, Rui Rio tenta explicar a sua visão para o défice — que Santana acusa de ter uma obsessão pelo défice zero. Diz que hoje em dia, com as economias abertas, não há uma associação entre o défice público e o crescimento económico, pelo que o endividamento em Portugal mais do que duplicou. O que temos de fazer? “Temos de crescer e o crescimento pode-se dar pela via do consumo, das exportações e do investimento, e eu defendo que temos de crescer pelas exportações e pelo investimento”, diz.

    Santana acusa o adversário de não falar de crescimento e de desenvolvimento do país na sua apresentação de candidatura. Durante todo o debate, de resto, Santana insiste que Rui Rio “passa a vida a dizer que não disse bem isso”. “Temos de passar a ter tradução simultânea contigo, para dizer o que querias realmente dizer quando disseste aquilo”, atira Santana.

    Mas Rio insiste na sua coerência: “Se há coisa que eu sei é sobre finanças públicas, digo sempre o mesmo, vejam as atas da Assembleia da República, eu até sou maçador”.

  • Rio queixa-se: "Ó Judite tem de se impor, senão ele não me deixa falar"

    Rio enerva-se com Santana por não o deixar explicar o que entende para o défice e a economia. Após 30 segundos a olhar para Judite de Sousa, Rui Rio pede para falar.

    Os dois candidatos falam por cima um do outro, numa altura. Rio queixa-se: “Ele tem muito mais tempo do que eu”; “Ó Judite tem de se impor senão ele não me deixa falar”.

  • Santana contra o discurso financeiro "ortodoxo"

    Perante a questão dos resultados económicos, devemos mudar de Governo?, perguntou Judite de Sousa. Pedro Santana Lopes diz que fala do crescimento económico desde que apresentou a candidatura. Depois tem um discurso contra o “défice zero” de Rui Rio, mas também contra o alfa e o ómega de de Pedro Passos Coelho. “Temos de romper com este discurso ortodoxo”. E diz que é a favor do discurso sobre o crescimento da economia. O candidato defende a recapitalização das empresas, isenções fiscais e baixa do IRC em vez do aumento da derrama aprovado pelo Governo. Santana adverte que vai acabar este ciclo de “baixa taxa de juros e preço do petróleo” e qeu quando acabar o programa de compra de dívida do BCE “passemos a estar com constrangimentos diferentes”.

  • Rio: António Costa está "a governar para amanhã"

    Os dois candidatos fizeram críticas ao executivo socialista. Rui Rio acusou o Governo de António Costa de estar “a governar para amanhã, sem pensar no futuro”. Santana Lopes também acredita que vai provar nos próximos dois anos que o PSD é melhor que o PS e lembrou que “o estado de graça do Governo foi-se embora”.

    Sobre o PSD, Rio admitiu que está num “momento difícil” (como disse a sua apoiante Manuela Ferreira Leite recentemente), mas diz ter encontrado entusiasmo nas sessões de militantes. Santana Lopes diz que o partido “não precisa de se reencontrar”, já que é o “maior” do país e embora haja alterações, “há que dar alguma continuidade”:

  • Rio não diz se é a favor ou contra a renovação do mandato de Joana Marques Vidal

    Rio não diz se é a favor ou contra a renovação do mandato de Joana Marques Vidal, preferindo rever-se “a 100%” na declaração de Marcelo Rebelo de Sousa: “é de bom tom fazer disto um não-assunto”.

    “O mandato só termina em outubro, não vamos começar a fragilizar, a politizar este assunto que não deve ser politizado. Isto é um não assunto. Nem sou líder do partido ainda, o partido ha-de pensar nisso no tempo próprio. Por isso não respondo nem que sim nem que não, não é tempo para fazer essa discussão”, disse.

    “Fiquei muito contente quando vi a notinha do PR”, diz ainda, defendendo que no último debate, na RTP, não fez “apreciação nenhuma, nem positiva nem negativa, da PGR”. “Fiz foi uma apreciação de modo global, e o que disse vem na lógica do que digo há muitos anos: que não estou satisfeito com o funcionamento do sistema de justiça”.

    “Nada tem a ver com a PGR atual. Tem a ver como o povo português se revê na eficácia do sistema de justiça”, acrescenta ainda, dizendo que ficou surpreendido quando chegou a Lisboa para o debate da semana passada e foi questionado sobre esse tema: “o que é que se passou aqui na corte?”

  • Santana considera "adequado" que seja renovado mandato de Marques Vidal

    Santana Lopes considera a renovação do mandato da procuradora-geral da República “um não-assunto” e considera uma “falta de sentido de Estado” o facto da ministra da justiça “pôr assunto em cima da mesa”. Para o candidato à liderança do PSD “estar a falar do tema agora é grave para o Estado”. Questionado sobre o facto do PSD ter levantado o tema no debate quinzenal, Santana justificou que só o fez “depois de ser metido em cima da mesa pela ministra da justiça”

    Santana elogiou depois o trabalho que o Ministério Público desenvolveu nos últimos anos “a investigar pessoas que já tiveram poder ou que pertencem a estruturas de poder, que pareciam intocáveis”. Daí que faça uma “apreciação geral” muito positiva. Santana diz que ficou surpreendido por Rio criticar a PGR no anterior debate e lembrou que “foi aproveitado esta semana” pelo Governo. E ironizou: “Pode ter sido coincidência“.

    Para Santana já não é possível, no resto do mandato,”fingir que isto não aconteceu”. Admite que “Rui Rio sempre teve uma opinião crítica da justiça“, mas adverte que devia ter tido mais cuidado nesta altura, já que “este é um momento sensível“.

    O candidato não tem dúvidas na questão jurídica e considera “adequado que seja renovado o mandato” de Joana Marques Vidal.

  • Rio: “Eu fui sempre leal aos líderes todos do partido"

    Depois dos recortes de Rio, e do argumento de ter sido sempre leal aos líderes do partido, Santana Lopes contra-ataca citando Rui Rio num comício no Porto, nas vésperas das legislativas de 2005, quando Santana Lopes era líder do PSD e candidato a primeiro-ministro frente a José Sócrates.

    Nessa passagem lida por Santana, Rio saia em defesa de Santana e do facto de Sampaio ter dissolvido a Assembleia (e feito cair o Governo), dizendo que “uma pessoa não pode ser julgada por cinco meses de mandato”. Qual é a justificação de Rio para ter dito isso e agora já não dizer?

    A “lealdade” uma vez mais. “Estás a dizer que eu, num comício para as eleições de 2005, como vice-presidente do partido, fui a um comício na cidade onde era presidente da câmara, fui defender-te, que eras líder legítimo do meu partido. Querias que eu fosse dizer mal do candidato do meu partido, que eras tu?”, atira Rio, dizendo que se há característica, ou defeito, que tem é “dizer sempre a mesma coisa”.

    Sempre num registo de justificar declarações passadas, Rio garante que “sempre foi leal aos líderes todos do partido, e também fui a ele [Passos]”.

  • Pedro Santana Lopes chegou depois de Rio à TVI. Desta vez começou por ser menos agressivo, mas confrontou Rio com os elogios que lhe fez durante a sua breve liderança do partido.

    João Porfírio/Observador

  • O argumento de Rio é o da credibilidade para governar o país: “Se Santana Lopes for o candidato a PM tenho dúvidas de que o povo português lhe confira a credibilidade para uma nova vez nesse cargo”, diz, recorrendo depois à metáfora do vento que Santana invocava em 2013. “A música diz ‘o vento mudou e ela não voltou’, é caso para dizer ‘o vento mudou e ele voltou'”.

    “Qual dos dois tem mais hipóteses de ser reconhecido como melhor primeiro-ministro? Eu acho que, face ao passado do Pedro e face ao meu passado, ele terá mais dificuldades”, insistiu.

  • Rui Rio tinha sido o primeiro a chegar à TVI. Desta vez começou o debate com uma atitude mais agressiva, a confrontar Pedro Santana Lopes com o que disse no passado.

    João Porfírio/Observador

  • Santana diz que Governo mostrou porta da rua à PGR após Rio a criticar

    Santana Lopes admite que pode ter elogiado o Governo na tomada de posse como provedor da Santa Casa, mas nunca esteve de acordo com as políticas. O candidato, para demonstrar a proximidade do adversário a Costa, lembra que “no debate passado Rui Rio disse o que disse sobre a procuradora-geral e veja o que fez depois a ministra da justiça, numa falta de sentido de oportunidade”.

    Quanto ao facto de ter mostrado a fotografia de Rui Rio na Associação 25 de Abril, Santana lembrou que Vasco Lourenço chegou a dizer de Passos Coelho que “Hitler também tinha sido eleito por sufrágio universal” e, portanto, Rio esteve “do lado dos que criticavam” o PSD.

  • Santana diz que Rui Rio "passou a gostar" dos "truques" que criticou no anterior debate

    Sobre o facto de ter dito em 2013 que não voltaria a ser primeiro ministro nem que o vento “mudasse 10 vezes”, Santana lembrou que Marcelo também disse que “nem que Jesus Cristo descesse à Terra” seria candidato e foi e toda a gente achou “imensa graça”.

    Quanto às críticas a Pedro Passos Coelho em 2010, Santana Lopes admitiu que “tinha as maiores reservas face a Pedro Passos Coelho”, já que tinham “uma grande distância”. Rio, lembra Santana, “conhecia melhor Passos Coelho da jota”.

    Santana Lopes explica que mudou de opinião sobre Passos porque ele “superou as expectativas todas”. E questiona: “Quem tem dúvidas de que Passos Coelho superou tudo?” O antigo primeiro-ministro destaca que “durante estes anos, eu estive de facto do lado dele [Passos Coelho”.

    O antigo presidente da câmara de Lisboa observou que Rio, desta vez, “trouxe entrevistas e recortes, os tais truques, passou a gostar”. O portuense criticou esses “truques” de Santana no primeiro debate na RTP.

  • Desta vez, Rui Rio já leva recortes de notícias para mostrar como Santana "arrasou Passos"

    É a vez de Rui Rio falar sobre os “ataques pessoais” que têm decorrido na reta final da campanha. “Acho que apesar do debate que tivemos na RTP, a campanha ainda está num patamar diferente do que foi o nível do debate nas primária do PS, mas claro que eu não estou nada zangado com ele nem ele certamente estará comigo”, começou por dizer, sublinhando que o que é de evitar é “deixar os militantes mais nervosos”.

    Desta vez Rui Rio, num tom calmo e pouco agressivo, já foi munido de recortes de jornais — mostrou seis logo para começar — para confrontar o adversário com declarações antigas, como Sanatna tinha feito há uma semana e Rio tinha dito querer evitar para não “baixar o nível”. O objetivo de Rio era desconstruir “duas grandes acusações” feitas por Santana Lopes: “que eu não estive com Pedro Passos Coelho e que eu sou gémeo de António Costa, o tal Dupont e Dupond”. “Eu não fui para o debate da RTP preparado para um debate desse género, com acusações que são injustas, fui para falar do país”, disse.

    E depois passou aos recortes, de 2011 e 2015. “Santana arrasa Passos/ Santana defende que Passos deve pedir desculpa/ Santana revoltado com o PSD”.

    Tudo para dizer: “Apesar das discordâncias com Passos Coelho, nunca vim a público fazer essas críticas, tive foi discordâncias quando estavam em causa interesses do Porto. E quanto a António Costa, eu não devo nada a António Costa nem ele a mim. Não há nenhum sitio em que eu diga que António Costa é “o político mais hábil desde o 25 de abril” (mais um recorte), e “ainda ontem António Costa disse que tinha pena de não ter tido uma ideia que foi de Santana Lopes”. Ou seja, em matéria de Dupont e Dupond Rio quer estar conversado.

  • Santana desvaloriza ataques pessoais: "Não podemos ser vidrinhos"

    Santana Lopes é o primeiro a responder e desmistifica a ideia de “ataques pessoais”, dizendo ter apenas uma “vontade de clarificação política”. O candidato à liderança do PSD, volta a reiterar — em mais um piscar de olho aos passistas — que “se Passos tivesse sido candidato na liderança, eu não seria candidato.” Rio, disse, ainda antes das autárquicas que seria “em qualquer circunstância”.

    A jornalista lembrou que Santana disse que Rio tinha uma “visão paroquial” e o antigo primeiro-ministro justificou que se queria referirr a uma “visão tradicional” que é “incorreta ou insuficiente” daquilo que considera “a ousadia necessária na economia, uma agenda ambiciosa”. Santana negou que o nível do debate fosse baixo na campanha e atirou: “Não podemos ser vidrinhos“. E depois lembrou frases que Rio tem dito ao longo da campanha: “Nunca falei em trapalhadas, em instabilidade, nem em tendas de circo pelo país.”

    Santana lembrou que a disputa entre Costa e Seguro foi pior e que se se considerar a considerar tudo ofensa haverá “uma série de ofensas que não estavam no léxico português”.

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