Se recuarmos até novembro, a Colômbia era uma das seleções que estava na poule de equipas em busca de uma vaga no Campeonato do Mundo na última jornada. Que conseguiu, entre alguma polémica criada por uma estranha conversa de Falcao com defesas contrários onde parecia estar a dizer que, se o encontro acabasse com o empate que se registava na altura (e que se manteria até ao final), ambos estavam “safos”. Casos à parte, foi uma grande festa do conjunto liderado por José Pékerman. Mas faltava o principal líder de brincadeiras: Yerry Mina.

O central que assinou esta quinta-feira pelo Barcelona até 2023, a troca de 11,8 milhões de euros, é tido como o rei das festividades no balneário e existem dezenas e dezenas de vídeos onde surge a mostrar os seus dotes de artista. Fora e dentro de campo: quando marca um golo, este fã de rap e hip hop celebra sempre com a dança do salsa choque de calções um pouco abaixo do que é normal. O primeiro colombiano a representar os blaugrana promete ser um foco de boa disposição num grupo que tem feito uma grande época até ao momento.

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Nascido em Guachené, Yerry (nome inspirado na famosa série de desenhos animados do Tom & Jerry) não começou propriamente cedo no futebol mas acabou por acatar o conselho do pai e não optar por ser guarda-redes como ele e como o tio, Jaír – que ainda hoje é o seu agente. Destacou-se no Deportivo Pasto, onde era inicialmente médio defensivo, mudou-se para o Santa Fé em 2014 e, dois anos depois, deu o salto para o Brasil, onde representou durante duas temporadas o Palmeiras. Em 2016 teve uma época de sonho, sagrando-se campeão e sendo nomeado o melhor defesa da competição; em 2017, renovou o título individual no Estadual.

Nas curiosidades sobre o novo reforço, que se junta a Coutinho neste mercado de inverno, o clube catalão destaca também a Fundação Yerry Mina, nascida no final de 2016 na sua terra natal com o objetivo de ajudar duas mil pessoa. Mas há duas outras histórias que merecem ser contadas: o facto de jogar com chuteiras desenhadas especialmente para si e que não têm atacadores, devido à forma do seu pé; e o cancelamento de uma viagem para conhecer Barcelona, em 2016, porque os blaugrana não jogavam em Camp Nou nessa altura.

Mas o que pode acrescentar o central ao conjunto de Ernesto Valverde? Muito. E tudo se torna ainda mais percetível por coincidir com a saída de Mascherano: o colombiano, que passa a ser o jogador de campo mais alto do plantel (1,95m), tem grande capacidade técnica e de saída com bola, características importantes para o estilo de jogo da equipa. Em paralelo, Mina é um defesa rápido (condição sine qua non para jogar contra equipas que tentam sempre explorar a profundidade), que gosta de jogar em antecipação e forte nas bolas paradas.