Ao contrário de Wendel e Misic, que foram apresentados já com fotografias e primeiras entrevistas preparadas por antecipação, Rúben Ribeiro foi anunciado como terceiro reforço do Sporting neste mercado de inverno no sábado mas ainda estava em competição pelo Rio Ave, tendo inclusive defrontado o Desp. Aves no jogo de loucos dos quartos da Taça de Portugal (4-4 no final do prolongamento, 4-5 nos penáltis). Já esta quinta-feira, o médio ofensivo/avançado surgiu no habitual cumprimento a Bruno de Carvalho num camarote em Alvalade e falou também pela primeira vez de leão a peito (literalmente, porque vestia uma das novas camisolas retro).

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“É a concretização de um sonho pessoal. Cheguei ao melhor clube de Portugal e quero cumprir o que me falta: sagrar-me campeão com esta camisola. Podem esperar uma atitude de leão, raça e entreajuda com os meus companheiros, por forma a vencermos as etapas que se avizinham”, comentou ao canal e ao jornal do clube o jogador que foi um dos grandes destaques da primeira metade da temporada ao serviço do conjunto vila-condense.

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O facto de ter 30 anos não significa que já saiba tudo no futebol. Vou melhorar bastante e ser muito melhor jogador do que sou. Para um treinador, sei que a minha polivalência pode ser um trunfo. Vou jogar onde o mister quiser, estou cá para ajudar”, frisou Rúben Ribeiro.

Coragem no discurso, coragem na atitude, coragem na escolha do número da camisola. O jogador optou por ficar com o 7 que não tinha dono desde Joel Campbell e que se tornou numa espécie de malapata desde a saída de Figo. Expliquemos: no verão de 1995, depois de um imbróglio complicado de resolver (assinou pela Juventus e pelo Parma), o futuro Bola de Ouro que terminava contrato acabou por sair para o Barcelona. Nessa época de 1995/96, a primeira pós-Figo, houve duas alterações: passaram a ser três substituições em vez de duas e cada jogador tinha o seu número fixo (antigamente era de 1 a 11). Foi também a partir daí que começou a “maldição”.

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De Sá Pinto a Shikabala, passando por Iordanov, Delfim, Niculae, Izmailov, Bojinov ou Jeffrén, houve sempre algum tipo de problema com os jogadores que usavam o número 7 verde e branco, entre lesões graves a obrigar a longas paragens, motivos disciplinares ou passagens de curta duração (Leandro ou Joel Campbell, o último dono da camisola). Mas assim como essa história começou, um dia também irá acabar. E, talvez até de uma forma inadvertida, Rúben Ribeiro é o candidato que se segue nesse desafio.