A Comissão de Instrutores (CI) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) explicou neste sábado, em comunicado, que “não existem quaisquer arguidos constituídos” no inquérito aos emails do Benfica, uma vez que a investigação ainda está em curso. “Cumpre, de todo o modo, sublinhar que não existem, atenta a natureza do processo em curso, quaisquer arguidos constituídos, prosseguindo-se a investigação”, apontou o órgão da LPFP, que recorda ainda o facto de que estão em curso “outros processos de índole distinta”, o que implica “especial precaução e cuidado”.
Num comunicado publicado hoje no sítio oficial da Liga na Internet e assinado pela presidente da CI, Cláudia Viana, pode ler-se que a investigação passa “pela audição de um significativo número de testemunhas, determinadas exclusivamente por esta CI, e não por solicitação de terceiros ou outras circunstâncias exógenas”, entre outras diligências já levadas a cabo.
O processo de inquérito ao chamado ‘caso dos emails’ prossegue com “natureza sigilosa nos termos regulamentares”, sendo que a CI esclarece que as estratégias de investigação que tem seguido são “exclusivamente definidas” por este órgão e pretendem “o cabal apuramento dos factos”.
“À semelhança do ocorrido na anterior época desportiva, a CI pretende continuar a pautar a sua atuação pelo dever de reserva e discrição e com total independência, autonomia e equidistância”, acrescenta o órgão, que reitera a independência e autonomia “na direção do processo de inquérito”.
Fonte do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) confirmou hoje à Lusa que vários árbitros foram notificados para prestarem declarações como testemunhas no caso. Questionada pela Lusa, a fonte do CA da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) confirmou que vários árbitros das primeira e segunda categorias (C1 e C2) foram notificados na sexta-feira, no âmbito do processo aberto pelo Conselho de Disciplina (CD) da FPF.
“Apesar de terem passado sete meses desde a abertura do inquérito, é positivo que a CI da LPFP vá começar a dar oportunidade aos árbitros de defenderem o seu bom nome”, referiu a fonte do CA, recordando que estas audições ocorrem após pedido do presidente do CA, José Fontelas Gomes.
O diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, acusou o Benfica de influenciar o setor da arbitragem e apresentou alegadas mensagens de correio eletrónico de responsáveis ‘encarnados’, nomeadamente de Paulo Gonçalves e do presidente Luís Filipe Vieira.
A Polícia Judiciária já realizou várias diligências no âmbito da sua investigação ao caso dos emails, cujas primeiras mensagens foram reveladas em junho de 2017. Na sequência de buscas às instalações do Benfica, em outubro último, Paulo Gonçalves foi constituído arguido, por ter estatuto de advogado.